ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 25º

Meio Ambiente

Bonito ganha projeto que vai mapear riscos ambientais para preservar Rio Formoso

Grupo de trabalho que começa viagens em fevereiro tem até abril para apresentar propostas e traçar metas

Por Izabela Cavalcanti | 31/01/2024 17:53
Secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, explica sobre criação do grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado (Foto: Henrique Kawaminami)
Secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, explica sobre criação do grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado (Foto: Henrique Kawaminami)

Capital do Ecoturismo, Bonito, terá projeto que irá mapear os riscos ambientais para preservar a bacia do Rio Formoso. Para que isso possa ser executado, Grupo de Trabalho Interinstitucional foi criado pelo Governo do Estado, em dezembro do ano passado, para traçar metas a serem apresentadas até abril.

Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, detalhou a intenção do estudo.

A bacia do Rio Formoso é a que tem maior importância econômica e ambiental para a região. Foi criado o grupo para discutir essa região, olhar para todos os fatores de impacto ambiental que a exploração, não só do turismo, mas que as atividades econômicas como um todo podem trazer", destacou.

As equipes vão mapear a região, apontar onde estão os riscos e agir de forma proativa. "Não vamos esperar que exista degradação ambiental detectada para então agir. É um conceito de cuidado, de preservação ambiental”, adiantou Falcette.

Ainda para esta semana está prevista viagem até Bonito para visitar alguns atrativos turísticos, bem como iniciar o monitoramento da qualidade da água semanalmente, em parceria com o Senai.

“É um olhar bem completo para a sustentabilidade da bacia, para que a gente possa entregar para o governador, no final, projeto e propostas para avaliar o que o município vai fazer, o que o estado vai fazer e também trazer parceiros”, disse.

Balneário Municipal de Bonito, onde passa o Rio Formoso (Foto: Reprodução/Roteiro Bonito MS)
Balneário Municipal de Bonito, onde passa o Rio Formoso (Foto: Reprodução/Roteiro Bonito MS)

O que já foi feito – Desde dezembro, quatro câmaras técnicas foram criadas para tratar de temas específicos. Ainda de acordo com Falcette, uma das temáticas que tem avançado é sobre o saneamento da cidade.

Outro ponto que também já ficou definido pelo grupo é a parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que tem o maior Centro de Estudos Hidrogeológicos do Brasil, que irá fazer o levantamento sobre a bacia do rio. O estudo firmado com a faculdade ultrapassa R$ 2 milhões.

“Precisamos entender algumas dinâmicas daquela região, entender como é que a água está conectada no subsolo, como é que os lençóis estão posicionados, para entender algumas questões que vão nos ajudar depois nas políticas públicas. Tem pontos da bacia que temos pouca informação científica. O primeiro passo é conhecer, entender o ativo ambiental que estamos lidando”, explicou.

O Rio Formoso é uma das joias naturais de Bonito e tem 140 km de extensão. Conforme explica o secretário executivo, ainda existe uma discussão de onde ele nasce.

A resposta é que o rio surge de uma cavidade no chão, próximo a uma pedra de 8 metros de largura, em uma fazenda localizada em Bonito.

O Rio Formoso não é uma nascente, ele é um processo de ressurgência de outros rios. Precisamos cuidar do rio que ele ressurge também”, pontuou Artur Falcette.

Preocupações – As águas cristalinas de Bonito têm pedido socorro com pontos sensíveis de assoreamento e episódios de turvamento cada vez mais frequentes. Existem dois tipos, o de causas naturais e outro que traz um aspecto mais esbranquiçado.

“O que temos observado não é aquele turvamento de barro, é um mais esbranquiçado. Alguns trechos do rio tem um processo natural de mudanças de curso, de reposição, o rio está carregando calcário de alguns pontos e isso tem causado essa turbidez”, disse.

Outra preocupação envolve também questões químicas da água. Por isso, a qualidade será monitorada semanalmente.

Grupo de trabalho - Além da Semadesc, também faz parte do grupo o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul); Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica); Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística); Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos); e Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul).

Além disso, também vão compor o grupo dois representantes da Prefeitura de Bonito e um representante da Ambiental MS Pantanal, entidade formada em parceria entre a Aegea, empresa provida de saneamento, e a Sanesul, empresa pública de saneamento de Mato Grosso do Sul.

A criação foi oficializada no dia 20 de dezembro do ano passado, no Diário Oficial do Estado. O grupo terá o prazo de 120 dias, a contar da data da publicação, para concluir o projeto. O prazo vencerá em 18 de abril, mas poderá haver prorrogação por igual período.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias