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Meio Ambiente

Com estado de emergência, MS quer aviões no combate a incêndios

Governo vai publicar decreto nesta quinta-feira, após disparada no número de queimadas

Jones Mário e Clayton Neves | 11/09/2019 12:15
Jaime Verruck confirmou que governo estadual vai decretar estado de emergência (Foto: Henrique Kawaminami)
Jaime Verruck confirmou que governo estadual vai decretar estado de emergência (Foto: Henrique Kawaminami)

Da sala de situação da Defesa Civil estadual, na manhã desta quarta-feira (11), o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, confirmou que o governo decidiu decretar situação de emergência por causa das queimadas. O ato será publicado nesta quinta.

Verruck apontou que a medida foi acatada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Segundo o secretário, as consequências à saúde, produção agrícola, riscos nas rodovias e impactos na fauna e flora estaduais motivaram o decreto.

O titular da Semagro adiantou que vai solicitar apoio do governo federal e do Exército Brasileiro. A administração estadual quer usar aeronaves e helicópteros das forças de segurança a fim de alcançar locais de difícil acesso para combater incêndios.

O Corpo de Bombeiros sobrevoa, nesta quarta, dez pontos de calor considerados críticos no Estado. A maior parte dos focos fica na região do Pantanal.

Verruck ainda lembrou de resolução, publicada em 2014, que proíbe queimadas controladas em Mato Grosso do Sul entre 1º de agosto e 30 de setembro. Na área pantaneira, a vedação se estende até 31 de outubro.

Segundo o secretário, 90% dos incêndios florestais são provocados pela população. A PMA (Polícia Militar Ambiental) investiga os casos de queimadas criminosas, produz relatórios e autua os responsáveis.

Com 1.552 focos de incêndios florestais neste mês, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Meteorologia), Mato Grosso do Sul só fica atrás de Mato Grosso (4.781) e Rondônia (1.611).

No acumulado de 2019 já são 6.301 queimadas detectadas. O número supera a quantidade de focos acumulados em seis dos últimos dez anos (2.380 em 2018; 5.737 em 2017; 4.617 em 2015; 2.214 em 2014; 3.615 em 2013; 3.731 em 2011).

Meteorologista Franciane Rodrigues disse que chuva só deve chegar em outubro (Foto: Henrique Kawaminami)
Meteorologista Franciane Rodrigues disse que chuva só deve chegar em outubro (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem chuva – Presente na sala de situação, a meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Franciane Rodrigues, explicou que setembro é o mês mais crítico do ano em queimadas. Ela aponta que a chuva pode amenizar a situação somente em outubro.

O Cemtec já registrou umidade relativa do ar em 10% no Estado este ano. O recorde é de 6%, registrados em 2010, na cidade de Coxim.

Combate – De acordo com o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Fábio Catarineli, aproximadamente 1,5 mil pessoas trabalham no combate ao fogo no Estado, efetivos somados de PMA, Corpo de Bombeiros e Prevfogo/Ibama (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A região pantaneira, em Corumbá, Aquidauana, Porto Murtinho e Bodoquena, concentra as ações.

Segundo os Bombeiros, foi criado regime operacional diferenciado de trabalho para minimizar os focos de calor. São 200 militares na escala normal, reforçados por 56 extras, que deixaram folga ou funções administrativas. As equipes contam ainda com 29 viaturas extras.

Capital – O Corpo de Bombeiros revelou que atendeu 5.126 ocorrências de queimadas este ano no Estado, das quais 2.913 em Campo Grande. No mesmo período do ano passado foram registrados 4.653 casos em Mato Grosso do Sul – 3.947 na Capital.

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