Com "rota carbono neutro" em MS, empresa muda cor de aviões e vai reciclar lixo
Medida já está ativa entre Congonhas e Bonito e meta é que 1.000 toneladas de lixo sejam recicladas ao ano
Mato Grosso do Sul já faz parte da "rota carbono neutro", entre os aeroportos de Congonhas e de Bonito, desde 2021. Mas agora, a cidade distante 297 km de Campo Grande faz parte de projeto maior da companhia Gol. A empresa anunciou nesta segunda-feira (18), que começa a compensar os poluentes da aviação com reciclagem do lixo produzido em seus 650 voos diários.
Com a mudança, a empresa irá custear o dobro do lixo produzido em seus voos. Anunciada em Minas Gerais, com uma aeronave em tons verdes, a medida passa a valer nesta terça (19).
Com a inscrição "Meu Voo Compensa", o modelo Boeing 737 MAX fez seu primeiro trecho entre o Aeroporto Internacional de Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, e o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O serviço de bordo ofereceu alimentos veganos de empresa especializada em comida à base de plantas.
O lançamento da aeronave marcou a parceria da Gol com a Eureciclo, empresa socioambiental responsável pela articulação de recicladores em todos os estados do país.
Para cada copinho de plástico descartado, a empresa receberá financiamento para reciclar dois copinhos, por exemplo. A expectativa é que 1.000 toneladas de lixo sejam reciclados por ano. Essa é uma das ações realizadas pela companhia para atingir a meta de reduzir a zero a emissão de carbono líquido até 2050.
Entre as metas anunciadas está a adoção da mistura do SAF, sigla em inglês para combustível sustentável de aviação, com o QAV, querosene de aviação. A ideia é que, a partir de 2027, o combustível verde corresponda a 1% da mistura para abastecer as aeronaves.
"A utilização do SAF deve equivaler a 64% de todas as reduções de emissão de carbono da companhia, mas é um combustível que carece de desenvolvimento e regulamentação no país", disse o vice-presidente de operações, André Cruz.
Compensação - Desde 2021, a empresa oferece para os passageiros a opção de pagar pela compensação de carbono dos voos, em preços que variam de R$ 7,90 a R$ 30, de acordo com a distância percorrida.
Os valores pagos pelos clientes são encaminhados para a empresa Moss, que investe na preservação de florestas.
Além da rota carbono neutro entre Bonito e São Paulo, a empresa oferece o serviço entre Recife e Fernando de Noronha (PE).
A medida é uma forma de compensar as emissões de carbono para a atmosfera a fim de desacelerar o aquecimento global e as mudanças climáticas. Segundo Felipe Sobrinho, gerente de medidas ambientais, sociais e de governança, a medida já compensou 15,4 mil toneladas de CO2. "É o equivalente a 3.856 hectares de floresta nativa conservados por um ano", equivalente a 4.674 estádios de florestas preservadas.
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Com Folha de São Paulo