ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Meio Ambiente

Conselho de Turismo defende no MPF manutenção da ‘cota zero’

CET defende proibição de retirada dos peixes de rios do Estado e pede que MPF recue de recomendação contra medida

Humberto Marques | 07/11/2019 18:26
Cota zero proibirá que pescadores levem peixes dos rios a partir de 2020; MPF quer mais estudos. (Foto: PMA/Arquivo)
Cota zero proibirá que pescadores levem peixes dos rios a partir de 2020; MPF quer mais estudos. (Foto: PMA/Arquivo)

Depois de o MPF (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) expedir recomendação recomendando a suspensão temporária do decreto que institui a “cota zero” para retirada de peixes dos rios do Estado, e de o governo estadual anunciar que não pretende recuar da medida, entidades também começaram a se manifestar sobre o tema. O CET (Conselho Estadual de Turismo), em nota, defendeu perante a Procuradoria da República a manutenção das regras que liberam, para pescadores amadores e esportivos, apenas o sistema pesque-e-solte.

Em nota assinada por Marcelo Mesquita, presidente do conselho, o CET, que representa 19 das principais entidades que integram o trade turístico estadual, reiterou que manterá posição favorável à cota zero “por entender os benefícios para o turismo e o meio ambiente de Mato Groso do Sul”.

“Acreditamos que a medida tomada pelo governo do Estado, de estabelecer a cota zero a partir de 2020, contribui para o fomento do turismo sustentável, além de promover a reposição do estoque pesqueiro dos rios sul-mato-grossenses. O interesse do Estado na preservação do estoque pesqueiro visa não só o mercado da pesca esportiva, mas também a pesca profissional da população ribeirinha que utiliza a atividade como fonte de renda. Na pesca esportiva, o peixe pode ser consumido no local e o turista também pode levá-lo para casa, desde que compre o exemplar do pescador profissional ou nos pontos de venda”, frisou a nota.

O manifesto destaca que a medida segue uma “tendência mundial” para preservação de estoques pesqueiros e, em algumas modalidades de pesca, já existe em Estados como Goiás, Mato Grosso, minas Gerais e Tocantins. Ao mesmo tempo, o CET reforça que, apesar da redução das cotas de pescado nos últimos anos, houve aumento no número de autorizações para Pesca Esportiva –que chegaram a 86.256 neste ano, 18 mil a mais que as emitidas no ano passado, conforme dados do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), e 51.783 acima das expedidas em 2014, que somavam 34.473.

“Isso mostra o interesse na atividade pesqueira como esporte e não como degradação do meio ambiente, que também é fonte de renda para o pescador profissional”, frisou Mesquita, ao reivindicar a reavaliação da recomendação ao MPF.

Recomendação – A partir de sua sede em Corumbá, o MPF pediu a suspensão temporária do decreto da cota zero e sugeriu a realização de mais pesquisas sobre o tema, bem como um amplo debate quanto a sua adoção e o estímulo à pesca de peixes menos nobres, como a piranha. A alegação é que a mudança, que proíbe pescadores amadores e esportivos de levaram quaisquer pescados ao deixarem os rios, podem impactar as atividades dos pescadores profissionais artesanais.

O MPF abriu prazo para que o governo estadual informe se seguirá a recomendação. Contudo, segundo o secretário de Estado adjunto de Meio Ambiente, Ricardo Sena, não há intenção de recuar no decreto. A intenção é avaliar as solicitações da Procuradoria e apresentar respostas e justificativas.

Atualmente, os rios do Estado estão fechados em razão da piracema, que paralisa a atividade pesqueira. A partir de janeiro de 2020, porém, a pesca terá proibições dentro de esforços para recompor estoques dos rios. No Estado, espécies como o dourado, que figura entre os favoritos de pescadores, já tem a sua exploração proibida.

Nos siga no Google Notícias