Crise hídrica: Rio Paraguai atinge nível negativo pelo segundo ano consecutivo
Em 2020 marca foi atingida em outubro, mas devido a estiagem de 2021 nível foi registrada um mês antes
Neste sábado (11) o rio Paraguai atingiu a marca -2 centímetros na régua de Ladário. Este é o segundo ano consecutivo que o monitoramento feito pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, organização militar subordinada ao Comando do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil registra o índice.
A diferença é que a marca negativa foi confirmada cerca de um mês antes do que a registrada em 2020, reflexo da estiagem dos últimos meses. No ano passado, o rio marcou – 3 centímetros, somente em 1° de outubro.
Vale destacar que naquele período foi registrado a maior estiagem dos últimos 50 anos. No entanto, em 2021 já se fala na maior dos últimos 91 anos. E a previsão não é nada boa, já que o rio chegou a bater -32 centímetros entre os dias 23 e 25 de outubro. A previsão do Serviço Geológico do Brasil – CPRM é que o rio chegue novamente a esse número no dia 24 de setembro.
Conforme os dados da sala de situação de Mato Grosso do Sul, acompanhados pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) a situação é crítica desde o começo do ano. Os rios que descem até o Pantanal estão com mínimas históricas no estado de Mato Grosso e impactam diretamente aqui.
O rio Piquiri ou Cuiabá por exemplo teve o fim da transmissão da estação São José do Piquiri no dia 1º de março. O sinal vermelho para alerta hidrológico da bacia do rio Paraguai então foi ligado. No dia 25 de agosto, a estação Pousada Taiamã registrou a mínima histórica com 216 cm. Até então, a mínima era de 222 cm registrada em outubro do ano passado. Dados da série desde 1996.
O governo estadual verificou que os níveis dos rios Paraguai e Paraná, que banham boa parte do Estado, tem gerado preocupação quanto aos reservatórios. Nos últimos dias, navegação e operações em ambos os rios foram suspensas, como forma de evitar danos ambientais.