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Meio Ambiente

Rio Paraguai está prestes a atingir marca negativa, aponta Serviço Geológico

Adriel Mattos | 04/09/2021 16:00
Em outubro de 2020, rio já havia registrado baixa que revelou bancos de areia. (Foto: Arquivo/Toninho Ruiz)
Em outubro de 2020, rio já havia registrado baixa que revelou bancos de areia. (Foto: Arquivo/Toninho Ruiz)

Enfrentando mais uma estiagem histórica, o Rio Paraguai segue com a tendência de declínio das águas. Boletim do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) apontou que o curso d’água encerrou a semana com 13 centímetros.

No dia 10 de setembro, a régua de Ladário pode atingir -4 cm. O fato não significa que o rio secará, mas que o item de medição da Marinha do Brasil foi instalado em um ponto que facilite a leitura.

Segundo o jornal Diário Corumbaense, se o nível da água atingisse a marca de zero centímetro, mesmo assim o rio nesse local teria uma largura de aproximadamente 250 metros e uma profundidade média de 4 metros.

O relatório do CPRM aponta que o mês de setembro pode terminar com -39 cm, uma marca ainda mais crítica do que a registrada na estiagem de 2020, considerada a maior em 50 anos. Na ocasião, o rio atingiu a marca mínima de -32 cm nos dias 23 e 25 de outubro do ano passado.

O maior período de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos, entre 1964 a 1973. Nesse ciclo, o nível mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da régua, em 1964, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pantanal.

Com o nível baixo das águas em Ladário, bancos de areia se formaram em alguns pontos, como no meio do Rio Paraguai, em frente ao porto de uma empresa de cimento.

Pedido - O Governo do Estado já havia alertado que a navegação poderia parar mais cedo neste ano. A administração estadual pediu ao Ministério de Infraestrutura a dragagem em três pontos considerados críticos do rio.

“Estamos apresentando um documento pedindo que se faça a dragagem em três pontos críticos, identificados pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), e que consiga o licenciamento, já que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não libera”, disse no início de agosto Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Desde o dia 23 de julho, o Rio Paraguai vem registrando níveis negativos que só aumentam com o decorrer da estiagem que atinge a região pantaneira. A interrupção da navegação é comumente adotada em outubro, mas a longa estiagem deste ano e o baixo volume de chuvas deve adiantar o ato.

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