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Meio Ambiente

No 3º ano sem cheia, Rio Paraguai preocupa; pior cenário será em outubro

A última cheia no principal rio do Pantanal foi em 2018, quando atingiu 5,35 metros

Aline dos Santos | 14/07/2021 10:57
Rio é o principal curso de água do Pantanal, castigado pelo fogo em 2020. (Foto: Divulgação/Bombeiro)
Rio é o principal curso de água do Pantanal, castigado pelo fogo em 2020. (Foto: Divulgação/Bombeiro)

O Rio Paraguai, o principal curso de água do Pantanal, registra o terceiro na sem pulso de inundação, tem nível preocupante em todas as estações monitoradas pelo Serviço Geológico do Brasil e o prognóstico desenha o pior cenário no mês de outubro.

De acordo com o último boletim de monitoramento, divulgado nesta quarta-feira (dia 14), o pico da estiagem deve chegar em 16 de outubro, com -40 centímetros na régua da estação de Ladário, vizinha a Corumbá. A cota atual é de 1,34 metro.

“Com tendência de declínio de seu nível até o mês de outubro, quando normalmente termina o processo de vazante, o rio Paraguai preocupa em todas as estações monitoradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM)”, informa o documento.

A última cheia do Rio Paraguai foi em 2018, quando o rio atingiu o pico de 5,35 metros. Para os próximos 28 dias, o Serviço Geológico do Brasil prevê que o nível do rio deva ficar em 88 centímetros em Ladário.

“Historicamente agosto é um dos meses mais secos da região, quando dificilmente chove. No ano passado, o nível do rio chegou a atingir dois metros no período máximo da cheia, neste ano chegou apenas a 1,80m, começando a baixar mais cedo, cerca de dois meses antes. Esse cenário traz mais preocupação, porque a seca este ano aparenta ser mais severa do que a que ocorreu ano passado, quando foram vivenciados vários impactos negativos na região”, afirma o pesquisador Marcelo Parente Henriques.

Prognóstico para o pico da estiagem no rio Paraguai em 2021. (Fonte: Serviço Geológico do Brasil)
Prognóstico para o pico da estiagem no rio Paraguai em 2021. (Fonte: Serviço Geológico do Brasil)

O ano de 2021 repete a crise hídrica do ano passado, que, por sua vez, só tinha sido tão extrema no Rio Paraguai nos anos de 1967 e 1973.  O cenário de incêndios também se repete no Pantanal.

Para as próximas semanas, não há previsão de chuva com acumulados significativos na área da bacia do rio Paraguai.  Com base no prognóstico de vazante extrema, Mato Grosso do Sul decretou em junho emergência ambiental por 180 dias.

A crise hídrica acende alerta para abastecimento de água e também na navegação.  A outra principal bacia hidrográfica de Mato Grosso do Sul, a do Rio Paraná, atravessa a pior situação dos últimos 91 anos.

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