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Meio Ambiente

Do alto, passageiro mostra cidade tomada por fumaça que derrubou qualidade do ar

Não há previsão de melhora do cenário nos próximos dias

Lucia Morel | 09/09/2022 15:52

Com qualidade de ar em nível muito baixo, a névoa de fumaça que cobre Campo Grande piora e muito o estado de saúde, principalmente, de quem já sofre com problemas respiratórios ou é mais vulnerável, como crianças e idosos. Vale ressaltar que o ar da Capital é geralmente bom, com índice de 0 a 40, conforme o Laboratório de Ciências Atmosféricas da UFMS (Universidade Federal).

Por volta das 10h desta sexta-feira (9), passageiro de voo da Gol, com destino ao Rio de Janeiro, enviou ao Campo Grande News imagens da visão área de Campo Grande, coberta de uma cortina branca.

O coordenador da Qualiar, Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da universidade, Widinei Alves Fernandes explica que as partículas em suspensão na atmosfera de Campo Grande são micro, e por conta disso, mais prejudiciais à saúde. “As partículas mais finas têm origem em combustão, ou seja, queimadas ou fumaça dos carros”, explica.

Os dados analisados pela estação comprovam que houve piora significativa na qualidade do ar, com maior concentração de fragmentos suspensos. Às 15 horas de hoje, para se ter umas ideia, o índice estava em 118, considerado ruim.

Mapa do Inpe mostra focos no Amazonas e rota do vento em direção a MS. (Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
Mapa do Inpe mostra focos no Amazonas e rota do vento em direção a MS. (Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)

Outro confirmação da Qualiar é a origem da maior parte dessa poluição: as queimadas na Amazônia. Mapas mostram a direção do vento e a quantidade de queimadas na área amazônica. Também há efeito de queimadas no país vizinho, Bolívia, além de fatores locais, sendo eles incêndios e a fumaça dos veículos.

“É importante alertar para que, principalmente as pessoas de grupo de risco (idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias e pulmonares) evitem fazer atividade física nesses dias, porque isso significa respirar mais profundamente e inalar mais partículas poluídas”, sustentou o professor Widinei, reforçando que “certamente a quantidade de pessoas procurando inalação nos postos vai aumentar”.

O professor afirma ainda que não há como prever o fim dessa massa de névoa seca sobre a cidade e até, sobre outros estados, como Mato Grosso e São Paulo. “Só vai dissipar se parar de queimar ou se os ventos mudarem de direção. Enquanto os focos permanecerem e os ventos continuarem em nossa direção, não vai passar”, avalia.

Leitor do Campo Grande News enviou fotos da janela de seu apartamento mostrando a intensa névoa. (Foto: Direto das Ruas)
Leitor do Campo Grande News enviou fotos da janela de seu apartamento mostrando a intensa névoa. (Foto: Direto das Ruas)

Apesar disso, uma boa quantidade de chuva poderia ajudar a encerrar essa névoa, segundo Widinei. Entretanto, conforme a previsão do tempo para Campo Grande até a próxima terça-feira, pelo menos, não há chuva prevista. “E mesmo que chova, será uma chuva negra, bem poluente”, analisa.

Segundo a médica pneumologista Ana Marques, pessoas com alergias respiratórias ou com asma vão sofrer mais, por isso, é importante umidificar o ambiente, seja com bacias de água, toalhas molhadas ou mesmo umidificadores nos espaços. “É importante evitar sair de casa nos horários de pico, porque vai estar mais seco”, sustenta, lembrando que a lavagem nasal com soro também é importante para evitar os problemas respiratórios.

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