Em busca de oxigênio, peixes agonizam no Rio Anhanduí
Animais foram encontradas em curso d’água da Av. Ernesto Geisel, na altura do shopping, que passa por obras
Peixes foram encontrados agonizando, nesta quinta-feira, em baixo de duto que deságua no Rio Anhanduí, localizado na Avenida Ernesto Geisel, na altura do shopping Norte e Sul. O trecho passa por obras de revitalização e o curso d’água está com grande quantidade de sedimentos, o que, aparentemente, têm impactado sob os animais.
O flagrante foi feito pelo fotógrafo Marcelo Calazans nesta quarta-feira, quando realizou um vídeo relatando a situação. No entanto, ao passar pelo local hoje, ele verificou que o problema persistia e o cardume se comportava da mesma forma.
“Esta água que desce do duto, eu acredito, que seja uma água que tem um alto teor de oxigênio. Então, por isto, os peixes se aglomeram neste local para tentar absorver este oxigênio para respirar, já que o córrego está muito sujo”, afirmou.
Desde abril do ano passado, este trecho passa por obras para revitalização do Rio Anhanduí. Orçado em quase R$ 49 milhões, o projeto segue a passos lentos desde o início de 2019. O motivo, conforme o prefeito Marcos Trad declarou a época, era o atraso nos repasses de recursos pelo governo Federal, responsável por financiar a maior parte do projeto.
Para Calazans, as obras são benéficas, no entanto, deveriam valorizar a biodiversidade da região. “Eu acredito que esse pacote de obras deveria contar com uma revitalização do rio. Seria um atrativo a mais”, opina.
Poluição – Embora as placas daquele trecho do Rio Anhanduí indiquem índice de poluição regular, diagnóstico do Programa Córrego Limpo, de responsabilidade da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), aponta que a microbacia, da qual o rio faz parte, é altamente prejudicada em termos de qualidade da água.
Conforme a prefeitura, o Rio Anhanduí está localizado em uma região densamente povoada, logo, acaba recebendo elevada carga de lançamentos de esgotos clandestinos de residências.
A análise dos resultados obtidos nos pontos de monitoramento desta microbacia indica que, certamente, trata-se da microbacia mais prejudicada em termos de qualidade da água se comparada às demais, isto porque, ela recebe contribuição de praticamente todas as outras, ou seja, recebe a drenagem das águas superficiais de todos os córregos que cortam a área urbana de Campo Grande, com exceção dos córregos da microbacia do Coqueiro, que não são afluentes do Rio Anhanduí.
Veja as imagens abaixo: