Em transferência de peixes de lago, técnicos retiram "invasores" e muito lixo
Espécies comuns em rios de MS não deveriam ser encontradas em regiões de nascente, como no lago do Parque das Nações Indígenas
Com as obras de desassoreamento do lago principal do Parque das Nações Indígenas, os animais que vivem naquele habitat precisaram ser retirados e transferidos para o lago menor. São cerca de 10 mil peixes de 13 espécies, além de cágados, réptil geralmente confundido com tartarugas marinhas.
Mas durante o trabalho de retirada, técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) identificaram alguns “moradores” que não deviam estar ali. Espécies invasoras como o pacu, a carpa e a tilápia são comuns em rios do Estado, mas não em regiões de nascente, como o lago.
“Essa é uma região de nascente, não é normal ocorrer espécies como o pacu, que embora seja nativo de nossa bacia, é um peixe de rio. Com certeza esses exemplares foram soltos aqui no lago”, afirma o gerente de Recursos Pesqueiros do Imasul, Vander Fabrício de Jesus.
Além dos peixes, outros “ocupantes” indesejados são materiais deixados pelos próprios frequentadores do parque. Pneus, plásticos, garrafas e até aparelho celular foram retirados pelos técnicos.
Após o fim das obras, os animais serão devolvidos ao lago maior. Enquanto isso não acontece, alguns imprevistos podem acontecer. A Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) prevê medidas em casos de urgência como falta de oxigênio no lago ou alimento para os peixes. As obras de desassoreamento têm previsão de retirar 140 mil m³ de sedimentos do lago.