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Meio Ambiente

Em MS, projeto pretende reflorestar 2 mil hectares de vegetação no Alto Taquari

Meta é realizar o reflorestamento da área em cinco anos, aponta presidente do Instituto Espinhaço

Por Mylena Fraiha | 06/06/2024 19:15


Trecho do Taquari, que há anos vive processo de assoreamento (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Trecho do Taquari, que há anos vive processo de assoreamento (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O Projeto Pró-Águas Rio Taquari pretende reflorestar 2 mil hectares de vegetação nativa no Alto do Rio Taquari, na região de Mato Grosso do Sul, com apoio técnico do Governo Estadual. A meta é realizar o reflorestamento da área em cinco anos.

O lançamento do projeto ocorreu nesta quinta-feira (6), no auditório da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), na Capital. Também foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica entre o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e o Instituto Espinhaço, que liderará o projeto.

Considerado por muitos especialistas como o maior desastre ambiental do Pantanal, o assoreamento do rio, que nasce em Mato Grosso e atravessa o Pantanal de Mato Grosso do Sul, começou a ser registrado nos anos 60 e já foi considerado irreversível. Essa visão, no entanto, tem mudado nos últimos anos.

Em entrevista ao Campo Grande News, o ambientalista e doutor em Ecologia e Conservação pela UFMS, José Milton Longo, apontou que a ação humana é um dos fatores que acelerou o processo de assoreamento do rio. “Há uma substituição do uso do solo na região da Bacia do Taquari por pastagem para agropecuária, o que aumenta o nível de desmatamento. O rio naturalmente leva sedimento, mas a ação humana acelerou isso a níveis muito mais graves".

Presidente do Instituto Espinhaço, Luiz Oliveira, assina Acordo de Cooperação Técnica junto a representantes do Imasul (Foto: Mylena Fraiha)
Presidente do Instituto Espinhaço, Luiz Oliveira, assina Acordo de Cooperação Técnica junto a representantes do Imasul (Foto: Mylena Fraiha)

Para tentar reverter parte do problema, o Instituto Espinhaço, junto ao Imasul, realizará a recomposição da vegetação nativa e a conservação de solo e água, que abrange um total de 2 mil hectares e perpassa por oito municípios de MS.

O foco inicial do projeto será a recuperação da mata na região da Bacia do Alto Taquari, cujo desmatamento e pastagens degradadas contribuíram para o processo de assoreamento do Rio Taquari.

“Estamos começando pela área do planalto, na cabeceira do rio, para, em um momento subsequente, chegar ao médio e baixo Taquari. O que propomos na parte alta do Taquari é a recuperação de vegetação nativa e ações de conservação de solo e água. Nosso objetivo é produzir água de qualidade para o Taquari”, explica Luiz Oliveira, presidente do Instituto Espinhaço.

Luiz explica que 2 mil hectares serão reflorestados no Alto Taquari, em Mato Grosso do Sul (Foto: Mylena Fraiha)
Luiz explica que 2 mil hectares serão reflorestados no Alto Taquari, em Mato Grosso do Sul (Foto: Mylena Fraiha)

Segundo Luiz, a previsão é de que em cinco anos seja feita a recuperação dos 2 mil hectares de vegetação nativa. Ele também destacou que a recuperação completa do rio é uma tarefa de longo prazo, exigindo recursos substanciais e um esforço contínuo. “A recuperação do Rio Taquari é um esforço hercúleo, com muito recurso e tempo. É impossível resolver o tamanho do problema do Rio Taquari em pouco tempo.”

Oliveira também chamou a atenção para a importância da participação do agronegócio no processo de recuperação. “O agronegócio deve ser convocado como parte da solução. Não acredito que o setor agro, na posição de contraditório, resolverá esse problema. É essencial harmonizar as relações entre as pessoas e a natureza.”

Financiamento - Conforme apontado pelo diretor-presidente do Imasul, André Borges, o Projeto Pró-Águas Rio Taquari funcionará exclusivamente com recursos da iniciativa privada, que serão captados pelo Instituto Espinhaço a partir deste mês.

O Governo de MS atuará na delimitação das áreas que serão reflorestadas. “O Estado é parceiro no projeto, mas não haverá transferência de recursos públicos. O recurso será da iniciativa privada. No entanto, o Estado será parceiro, auxiliando na cooperação técnica e na seleção das áreas. Como temos o conhecimento do campo, faremos a delimitação da área”, explica André.

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