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Meio Ambiente

Fogo em região da Estrada Parque já matou répteis, anfíbios e aves

Nas primeiras horas de trabalho em áreas queimadas, espécies já foram catalogadas pelo Gretap

Por Kamila Alcântara | 20/06/2024 16:20
Jacaré queimado no Pantanal de Corumbá, registrado na última semana (Foto: Ueslei Marcelino, da Reuters/Folha de S. Paulo)
Jacaré queimado no Pantanal de Corumbá, registrado na última semana (Foto: Ueslei Marcelino, da Reuters/Folha de S. Paulo)

Após 48 horas de trabalho nas áreas pantaneiras atingidas pelo fogo em Corumbá, a mais de 420 km de Campo Grande, o Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) já localizou as primeiras espécies mortas pelas chamas. Eles percorreram a região da Estrada Parque e, nesta quinta-feira (20), parte para o Paraguai-Mirim.

Segundo a médica veterinária e bióloga Paula Helena Santa Rita, responsável pelo Gretap, um jacaré foi o maior animal avistada entre as cinzas e é possível perceber que a quantidade de espécies vitimadas está menor do que em 2020, mesmo a situação climática sendo ainda mais desfavorável.

“Não visualização do volume de animais incinerados como foi em 2020, isso já mostra a mudança de comportamento inclusive da população local, que ajudou na formação dos aceiros, usados pela fauna para fuga das chamas. Então, comparado àquele ano, o número de animais atingidos de forma direta está bem inferior”, destaca Paula.

Outra observação feita e que está preocupando é o afugentamento de animais silvestres com animais domésticos, mas, na tentativa de se protegerem do fogo, acabam usando os mesmos recursos hídricos. “Não é o mais interessante essa esse contato direto de fauna Silvestre com animais de produção com diversas espécies aglomeradas em um único local justamente por conta da dispersão de doenças”, pontua.

Agora, a equipe vai embarcar para as áreas mais distantes de Corumbá e Ladário, que foram mais atingidas pelo fogo. “O prognóstico meteorológico não são dos melhores, no entanto a ação imediata”, termina a veterinária.

Sobre o Gretap - O Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal surgiu em 2020, quando houve outro incêndio de grandes proporções no Pantanal Sul-Matogrossense. Neste ano a equipe trabalhou nos resgates dos animais vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, conseguindo resgatar aproximadamente 1.200 animais domésticos e silvestres.

Esforços contra as chamas - A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros informou, nesta quinta-feira ao Campo Grande News, que a corporação está atuando em cinco frentes principais no Pantanal, inclusive com o apoio de caminhonetes, lanchas e drones.

Há homens na região do Paraguai-Mirim; na Curva do Leque, próximo ao Porto da Manga; em Abobral; na Bahia Negra; e próximo à aldeia Kadiwéu, na região do Barranco Branco. As margens do Rio Paraguai, no município de Ladário, também recebem equipe desde ontem (19).

O Prev-Fogo do Ibama (Instituto do Meio Ambiente) e o Exército são outros reforços de combate às chamas este ano. De acordo ainda com o Corpo de Bombeiros, até fuzileiros navais da Marinha ajudam.

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