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Meio Ambiente

Fumaça cobre Dourados e cheiro de queimada toma conta da cidade

Maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul está sob nuvem causada por queimadas na Amazônia

Por Helio de Freitas, de Dourados | 06/09/2024 10:27
Vista aérea mostra nuvem de fumaça sobre área central de Dourados nesta sexta (Foto: Leandro Holsbach)
Vista aérea mostra nuvem de fumaça sobre área central de Dourados nesta sexta (Foto: Leandro Holsbach)

Assim como boa parte do Brasil, Dourados foi afetada nesta sexta-feira (6) pela fumaça causada pelos incêndios históricos na Amazônia. Nuvem densa cobre a maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul localizada a 251 km de Campo Grande. Moradores relatam cheiro de queimada em todas as regiões.

“A situação é em grande parte do Brasil. O Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] identificou neste início de setembro mais de 11 mil focos na Amazônia. A fumaça vem de lá”, afirmou o pesquisador Ricardo Fietz, da Embrapa Agropecuária Oeste.

Imagens feitas de prédios da área central mostram a nuvem de fumaça sobre boa parte da cidade. Até 10h o Sol não havia brilhado.

O clima seco provocado pela estiagem diminuiu com a chegada da frente fria nesta quinta-feira (5) e a umidade relativa do ar está em 64%, segundo o Guia Clima, da Embrapa. Dourados está há 12 dias sem chuvas expressivas (acima de 5 milímetros).

Ricardo Fietz informou que não há previsão de chuvas consideráveis para os próximos dias. “O ano de 2024 tem sido de pouca chuva. Em todos oito meses deste ano, a chuva ficou abaixo da média. O esperado era em torno de 830 mm, mas choveu 514 mm (62%). No nosso clima, normalmente as chuvas voltam na segunda quinzena de setembro, com a entrada da primavera. Esperamos que 2024 siga a regra”.

Boletim da Embrapa Agropecuária Oeste mostra que o mês de agosto na região de Dourados teve grande variação de temperatura e poucas chuvas.

Duas frentes frias, acompanhadas de massa de ar polar, atingiram Mato Grosso do Sul, nos períodos de 8 a 14 e de 25 a 28 de agosto. Houve registros de ocorrência de geadas. De 16 a 22 de agosto ocorreu uma forte onda de calor.

“A ocorrência desses três eventos provocou grande variação nas temperaturas. Em Dourados e Rio Brilhante, no intervalo de 6 dias, foram registradas as temperaturas máximas e mínimas do ano.  A temperatura média em Dourados foi de 21,2°C, quase igual à média histórica do mês, que é de 21°C. A temperatura mínima foi de 2,8ºC, em 26 de agosto, a mínima do ano. Houve 19 dias com registro de temperaturas superiores a 30ºC. A temperatura máxima foi de 38,4°C, em 20 de agosto, a máxima do ano”, informa a Embrapa.

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