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Meio Ambiente

Motoristas recebem orientação para evitar atropelamentos da fauna pantaneira

Carregando minérios de Corumbá a portos paulistas, caminhoneiros passam pela BR-262 diariamente

Gabriela Couto | 18/07/2023 15:25
Médico veterinário durante palestra de orientação sobre direção defensiva para motoristas que trafegam na BR-262. (Foto: IHP)
Médico veterinário durante palestra de orientação sobre direção defensiva para motoristas que trafegam na BR-262. (Foto: IHP)

Diariamente, mais de 500 carretas carregadas de minério passam pela BR-262, a estrada que corta o Pantanal de Mato Grosso do Sul. Os motoristas saem de Corumbá rumo aos portos paulistas, utilizando o trecho em que muitos animais silvestres acabam morrendo atropelados.

Para conscientizar sobre a direção defensiva e prevenir acidentes, o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) em parceria com a PMA (Polícia Militar Ambiental) e a MCR (Mineração Corumbaense Reunida), do grupo J&F Mineração, realizou um trabalho de sensibilização ambiental.

Profissionais da empresa receberam uma equipe nos dois pátios de carregamento de minério da MCR, em Corumbá, para ter uma palestra sobre prevenção de atropelamentos da fauna pantaneira e aproveitaram para tirar dúvidas.

De acordo com o médico veterinário no IHP, Geovani Tonolli, o encontro com os caminhoneiros foi fundamental para conscientizar sobre o papel e responsabilidade que cada um tem ao dirigir pela BR-262, bem como alertou sobre o comportamento das onças-pintadas e de outros animais, além dos prejuízos que podem ocorrer no bioma com os atropelamentos e os danos ao Pantanal.

Conscientização sobre a responsabilidade de cada um dos motoristas que carregam minério é o caminho para diminuir atropelamentos. (Foto: IHP)
Conscientização sobre a responsabilidade de cada um dos motoristas que carregam minério é o caminho para diminuir atropelamentos. (Foto: IHP)

“Queremos alcançar esses profissionais que estão diariamente na rodovia e conhecem muito bem o trecho de Corumbá e Miranda, um dos pontos mais trágicos para a vida selvagem com o registro de atropelamentos. A intenção foi mostrar a eles como o farol contribui para cegar os animais e ao invés de espantá-los da rodovia, deixam eles imóveis”, alerta.

Os motoristas também foram orientados quanto aos locais de maior preocupação dos especialistas devido a maior chance de acidentes e atropelamentos. Eles aprenderam sobre as áreas com registro de mata que podem ter maior incidência de animais atravessando a pista.

Geovani Tonolli ainda acrescentou que os profissionais que atuam em transporte pesado se interessaram no assunto e quiseram saber quais as consequências e o tamanho do impacto para o meio ambiente causado por um atropelamento.

“Além da morte de um animal, isso pode deixar um filhote sem os pais, pode ocasionar um desequilíbrio futuro que atrapalha até mesmo o espalhamento de parasitas e doenças. Temos que entender o Pantanal e suas conexões e buscar conservar”, justificou.

A Polícia Militar Ambiental em Corumbá também esteve engajada na sensibilização ambiental e esclareceu dúvidas sobre procedimentos a serem tomados quando se encontra um animal atropelado ou houver um atropelamento.

O mais recomendado é acionar a Polícia Rodoviária Federal pelo 191 ou informar no 190, da Polícia Militar, o caso para que a PMA possa atuar. Animais que foram mortos em atropelamentos na rodovia e passaram por taxidermização foram expostos para que os motoristas pudessem fotografar e divulgar a necessidade de atenção redobrada na BR-262 em grupos de mensagens de caminhoneiros que atuam na região do Pantanal.

Animais vítimas de atropelamentos e que foram taxidermizados serviram de exemplo durante palestra de orientação. (Foto: IHP)
Animais vítimas de atropelamentos e que foram taxidermizados serviram de exemplo durante palestra de orientação. (Foto: IHP)

Somente entre 2016 e julho de 2023, 19 onças-pintadas foram mortas após serem atropeladas em trecho entre Corumbá e Miranda, na BR-262, conforme levantamento do Programa Felinos Pantaneiros, do IHP.

Desde fevereiro de 2023, o IHP vem reunindo-se com a PMA e a Polícia Rodoviária Federal para atuar na prevenção de atropelamento de animais silvestres na BR-262, principalmente em trecho entre Corumbá e Miranda.

Técnicos do Instituto também realizar um trabalho, que está em fase inicial, para identificar se as pontes de vazante na rodovia podem funcionar como passagens da fauna. Armadilhas fotográficas foram instaladas em alguns pontos para se avaliar o cenário nesses locais.

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