No céu há 1 semana, fumaça pode piorar amanhã em MS
Chuva prevista para o fim de semana poderá "dar respiro" e limpar a atmosfera, porém, terá cor escura
O corredor de fumaça carregado pelos ventos a Mato Grosso do Sul e grande parte do Brasil, além das partículas de poeira suspensas no ar, devem permanecer no céu. Eles são dois dos responsáveis pelas condições ruins para respirar e enxergar que perduram há uma semana, desde a última quinta-feira (5), e tendem a piorar na sexta-feira (13).
A previsão é do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). Segundo a meteorologista que o coordena, Valesca Fernandes, a análise da direção dos ventos e dos incêndios ativos no País, inclusive no Pantanal e em outros biomas de Mato Grosso do Sul, indica que mais fumaça e mais poeira estão chegando.
Ela lembra que, na última semana, o Estado recebeu fumaça de diversas regiões do País, como Goiás e Amazonas, além dos países vizinhos Paraguai e Bolívia, que também ardem em chamas.
A meteorologista afirma que as atuais condições climáticas de seca, que alimentam os incêndios, são as mais críticas enfrentadas no ano em Mato Grosso do Sul. "Essa condição acabou se estabelecendo muito antes, em pleno período chuvoso. Foi só se agravando. A gente entrou no período seco, com muita seca", explica.
Chuva escura - O cenário no céu previsto para sexta-feira, aliado a uma frente fria que poderá trazer chuva no fim de semana a Mato Grosso do Sul, deve resultar em gotas d'água de cor escura. Elas vão conter poeira e fuligem suspensas na atmosfera, como explica a meteorologista.
A chuva faz falta no Estado, onde as temperaturas máximas estão superando os 40ºC e a umidade relativa do ar fica abaixo dos 10% em alguns municípios. A mudança de tempo prevista, no entanto, será um alívio momentâneo. A situação deve retomar ao mesmo patamar em poucos dias.
"É só um respiro, um alívio, porque vai ter aumento na nebulosidade, na umidade relativa do ar, então vai ter probabilidade de chuva, porém, após esses dias, as temperaturas voltam a subir, a umidade volta a ficar baixa e as condições atmosféricas favorecem incêndios florestais", falou a meteorologista durante a live de atualização sobre a Operação Pantanal, contra os incêndios, exibida nesta quinta-feira (12).
Risco de fogo - O risco de incêndios florestais é considerado extremo até 15 de setembro no Estado, de acordo com dados do Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro) divulgados pelo Cemtec.
No trimestre setembro-outubro-novembro, o Estado estará no nível "atenção" e "alerta" para o fogo, finaliza Valesca.
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