Olhe para cima: cometa do século está no ponto mais perto da Terra
Espetáculo cósmico à vista é rara oportunidade de observação que poderá não se repetir por mais 80 mil anos
A passagem do cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, apelidado de "cometa do século", chega ao seu ponto máximo de visibilidade neste sábado (12). O espetáculo cósmico visto à olho nu é uma rara oportunidade de observação que poderá não se repetir por mais 80 mil anos.
Identificado no observatório Tsuchinshan-ATLAS, na China, no ano passado, o cometa passou pelo seu trânsito mais próximo do Sol no final de setembro. A expectativa inicial era de que ele pudesse se desintegrar devido ao calor intenso da estrela, mas, surpreendentemente, sobreviveu praticamente intacto.
“Os cometas brilhantes são bastante raros”, ressalta Robert Massey, vice-diretor da Royal Astronomical Society da Grã-Bretanha.
Com uma trajetória que o levará a cerca de 70 milhões de quilômetros da Terra, o Tsuchinshan-ATLAS promete ser visível em locais com boa visão do horizonte. Desde o hemisfério sul, o cometa já pode ser observado, mas, a partir de agora, também estará acessível para os habitantes do hemisfério norte.
A melhor visualização ocorrerá logo após o anoitecer, olhando para sudoeste, onde o cometa deverá aparecer a cerca de 10 graus acima do horizonte, entre as constelações de Escorpião e Sagitário.
Dicas para observação - Bill Cooke, astrônomo da NASA, recomenda que os observadores escolham locais escuros, longe da poluição luminosa, para uma melhor experiência. Ferramentas como aplicativos de astronomia e o Light Pollution Map podem ajudar a identificar os melhores pontos de observação. Binóculos ou telescópios simples são aconselhados, embora o cometa possa ser visto a olho nu nas melhores condições.
Durante a segunda quinzena de outubro, o cometa se aproximará da estrela Arcturus e do planeta Vênus, criando uma bela configuração no céu noturno. Essa é uma oportunidade imperdível, pois o Tsuchinshan-ATLAS desaparecerá em novembro, levando consigo a chance de observação por mais 80 mil anos.
O brilho do cometa - Os cometas, formados por gelo, poeira e rochas, são conhecidos por suas impressionantes caudas formadas pela vaporizaçao do gelo ao se aproximarem do Sol. O brilho do Tsuchinshan-ATLAS é classificado entre 2 e 4 na escala de magnitude, que mede a visibilidade de objetos celestes. Para efeito de comparação, a estrela Sirius, a mais brilhante do céu noturno, possui uma magnitude de -1,46.
Embora a expectativa inicial sobre o brilho do cometa tenha diminuído, os cientistas continuam otimistas sobre sua visibilidade. “Os cometas são imprevisíveis, mas esta é uma oportunidade que você não deve perder”, conclui Massey.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.