Pantanal contribui pouco com corredor de fumaça no mapa, diz meteorologista
Imagens de satélite mostram nuvem tóxica cobrindo 10 estados brasileiros, além de Paraguai e Bolívia
O corredor de fumaça que cobre 10 estados brasileiros, além do Paraguai e Bolívia, e pode ser visto por imagens de satélite, recebe "pouca contribuição" das emissões produzidas pelos incêndios do Pantanal.
A afirmação foi feita pelo meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), nesta quinta-feira (22), no boletim em vídeo sobre a Operação Pantanal, que previne e combate as chamas no bioma.
Ao analisar o caminho percorrido pelos ventos constantes e úmidos que podem carregar as nuvens tóxicas produzidas pelo fogo, ele explica que só pequena parte do que é emitido pelo Pantanal de Mato Grosso do Sul pode se dirigir ao Sul do País. "Os ventos entram pelo Oceano Atlântico, fazem uma curvatura 'batem' na barreira dos Andes. Depois, descem", detalha.
O meteorologista frisa que a fumaça vista se trata de uma soma de emissões com diferentes origens. Ele destaca que, além de intensos incêndios na Amazônia, os Estados de São Paulo e Minas Gerais enfrentam fogo recorde neste momento, sem falar da alta concentração de fumaça observada no Paraguai e em uma região da Bolívia.
"Os ventos do sistema de alta pressão jogam essas partículas das queimadas de Minas Gerais e São Paulo e de todas essas queimadas na região Amazônica, Paraguai e Bolívia, inclusive do Pantanal, que têm essa pequena contribuição, para regiões mais ao Sul do Brasil", fala.
Previsão - A formação de nebulosidade e as chuvas previstas para Mato Grosso do Sul devem amenizar o carreamento de fumaça e reduzir o risco de fogo no bioma por alguns dias, diz ainda o meteorologista.
Frente fria deve chegar primeiro a Porto Murtinho entre hoje e amanhã (23), com possibilidade de chuva e temperaturas mínimas ficando entre 8ºC e 10ºC.
A probabilidade da chuva chegar a Corumbá, no Pantanal, é menor, mas não está descartada. A previsão mais precisa é de declínio de temperatura, o que já deve ajudar a impedir a propagação do fogo na região. "O risco de fogo responde à queda de temperatura e diminui a condição extrema", conclui.
A partir da semana que vem, as condições de alta temperatura e baixa umidade relativa do ar devem retornar, segundo o Cemtec.
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