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Meio Ambiente

Pica-pau fica preso em escola e resgate mostra história de amizade

Luciana Brazil | 16/12/2014 14:54
Pica-pau fica preso em escola e resgate mostra história de amizade
Pica-pau não conseguia achar a saída de pátio coberto. (Foto: Marcos Ermínio)

O resgate de um pica-pau na manhã de hoje (16), na escola Municipal Iracema Maria Vicente, no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, mobilizou o Corpo de Bombeiros e de quebra trouxe uma adorável história de amizade, que poderia até passar despercebida, não fosse alunos, funcionários e professores do colégio.

Ontem, dois pica-paus ficaram presos no pátio central da escola que é coberto e fechado com grades na lateral. As aves não conseguiam voar para baixo para se livrar da cobertura e, assim, chegar à natureza.

Um outro pássaro, da mesma espécie, que estava do lado de fora, alimentava os dois pica-paus pela grade, várias vezes ao dia. A cumplicidade entre os bichos chamou a atenção dos estudantes. Na escola, os voos aflitos e intermináveis, de um lado ao outro do pátio coberto, eram motivo de angústia para todos.

Hoje de manhã, um dos pássaros não resistiu e foi encontrado morto, no chão do pátio. O cansaço e a fome podem ser os motivos do voo que chegou ao fim, comentavam os professores.

Preocupada que o fim trágico acontecesse ao outro passarinho, a escola pediu ajuda. A PMA (Polícia Militar Ambiental) chegou a ir até à escola, mas sem uma escada própria, não pôde ajudar no resgate. O trabalho ficou para quatro militares do Corpo de Bombeiros.

Por 40 minutos, o Campo Grande News acompanhou a "operação" montada para libertar o animal. A uma altura de aproximadamente 15 metros, militares usaram uma ferramenta corta-fio para abrir a grade, onde o passarinho pousava procurando abrigo.

Mesmo com a grade cortada, o pica-pau não conseguia encontrar o buraco aberto. Por várias vezes, o pássaro chegou a ficar muito próximo do vão de saída, mas para aflição de todos, logo voava para o loado oposto do pátio.

Numa cena adorável de se ver, um pardal tentava mostrar o caminho de saída, mas o pica-pau não conseguia acompanhar. “Ele (pardal) ele vai até o passarinho, encosta nele e voa para baixo, mas o pica-pau não consegue seguir”, disse uma das funcionárias que observava os pássaros desde cedo.

Presenciamos as diversas tentativas do pardal. Uma imagem de emocionar.

Pica-pau fica preso em escola e resgate mostra história de amizade
Bombeiros abriram buraco na grade para que ave pudesse sair. (Foto: Marcos Ermínio)

Sem sucesso, os bombeiros abriram outro buraco na grade, mais uma opção para o bicho. E nada.

Sensibilizada de maneira especial por um projeto da escola, no qual os estudantes viajam até o Pantanal para conhecer o que aprenderam em sala de aula, uma aluna observava aflita. “Estou bastante preocupada”, disse.

Quando surgiu uma nova ideia, de colocar uma fruta na beira do buraco para atrair o passarinho, o pica-pau deu um voo suspense, pousou bem próximo ao vão e lá ficou. Por alguns minutos, de baixo, todos torciam pela ave. Mas antes mesmo que a fruta fosse colocada, em um piscar de olhos, e já bem cansado, o passarinho conseguiu sair.

“Quando vi o pássaro saindo achei que, por estar tão cansado fosse parar logo, mas não, ele voou em disparada e não parou”, disse o subtenente do Corpo de Bomebiros, Carlos Roledo, que cortou a grade e acompanhava tudo do alto.

Apesar de ser um animal como qualquer outro, nem todos se sensibilizaram com a história. Alguns funcionários passavam pelo local e diziam “Nossa, tudo isso por causa de um passarinho”.

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