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Meio Ambiente

Seca faz lagoa do Água Limpa "sumir" completamente em Campo Grande

Situação preocupa moradores que afirmam que o cenário é o mais crítico dos últimos anos na estiagem

Por Natália Olliver | 23/07/2024 13:20
Marta Valéria de Souza lamenta estado da Lagoa do bairro água Limpa Park (Foto: Natália Olliver)
Marta Valéria de Souza lamenta estado da Lagoa do bairro água Limpa Park (Foto: Natália Olliver)

Não é só o bioma Pantaneiro que sofre com seca sul-mato-grossense, em Campo Grande a Lagoa do bairro Água Limpa Park, localizada na saída para Rochedinho, secou completamente. O cenário preocupa moradores que afirmam ser o estado mais crítico visto nos últimos anos durante a estiagem.

Marta Valéria de Souza, de 54 anos, mora desde 2010 no bairro, para ela o clima tem castigado cada vez mais a lagoa. “A gente já passou por vários períodos de seca e nunca vimos ela desse jeito. Em 2021 teve uma, mas ainda tinha um pouco de água. Depois disso nunca mais voltou, foi só regredindo o nível e quando volta a encher fica bem próximo da borda”.

Ela relembra que ficou maravilhada com o lugar assim que chegou no bairro. Usava as redondezas para fazer caminhada e ver as árvores de ipê que também estão secas devido à estação.

Estado atual da Lagoa e registro de 2022 feito por Marta (Foto: Natália Olliver)
Estado atual da Lagoa e registro de 2022 feito por Marta (Foto: Natália Olliver)

“Eu fiquei encantada com isso na época, até uns 5 anos atrás era bonito. É uma tristeza muito grande. Sobrou uma mata tão linda, era uma lagoa tão bonita que vivia cheia de peixes e pássaros ficar assim desse jeito”.

O clima também alerta a costureira sobre a possibilidade de incêndios florestais na região. “A molecada passar aí e jogar cigarro, já aconteceu. O que preocupa é o abandono de limpeza e a lagoa seca. Meu coração dói só de pensar que tudo isso pode desaparecer”.

Marcondes de Matos, de 59 anos, mora com a esposa Rosilda da Silva Machado há 17 anos no local. Para ele a seca é normal, mas preocupa do mesmo jeito. Apesar do cenário ele acredita que a água vai voltar.

Marcondes de Matos e Rosilda da Silva (Foto: Natália Olliver)
Marcondes de Matos e Rosilda da Silva (Foto: Natália Olliver)

“Essa seca deste ano e do ano passado foi difícil. Não é normal ela estar assim. Fora disso, tem peixinho. Eu acredito que ela vai voltar. Antes da seca tava normal, vinha gente pescar, isso já tem quase 2 anos”.

Outro fato - Em 2023 o bairro foi cenário de destruição. Momento totalmente diferente do atual, pois era período de chuvas. Na época a força da água destruiu três casas,  em uma delas, na rua Nobres, o muro chegou a desmoronar. Eletrodomésticos foram levados pela água, que chegou a inundar a rua.

O episódio foi causado por um problema de contenção fluvial, conhecido como buracão ou piscinão, localizado na esquina das ruas Marluce e Formosa. A prefeitura realizou a limpeza do local e se comprometeu a resolver a situação. Segundo moradores nada mais foi feito.

A reportagem entrou em contato com a gestão municipal, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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