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Meio Ambiente

Seminário discute caminhos para produção de água em Mato Grosso do Sul

O evento é parte das comemorações da Semana Estadual da Água

Mylena Fraiha | 24/03/2023 19:09
pCaptação de água no Córrego Guariroba, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Águas Guariroba)
Captação de água no Córrego Guariroba, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Águas Guariroba)

O IV Seminário Estadual das Águas reuniu, nesta sexta-feira (24), pesquisadores, gestores públicos e a sociedade civil em uma discussão sobre a gestão dos recursos hídricos. Neste ano, o tema escolhido foi “Caminhos para a produção de água em Mato Grosso do Sul”. O evento foi realizado no Plenário Júlio Maia, na Assembleia Legislativa.

Em sua quarta edição, o seminário é parte das comemorações da Semana Estadual da Água, instituída pela Lei 4.878/2016, que tem como objetivo estimular a disseminação de informações sobre recursos hídricos. A data escolhida para o evento faz alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.

Durante o evento, o gerente de Recursos Hídricos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Sampaio Costa, realizou a palestra com o tema: “Instrumento de Gestão, Enquadramento e Planos de Ação Propostos para a Qualidade da Água em MS”, em que ele explicou os métodos empregados nos estudos de bacias hidrográficas do Mato Grosso do Sul.

Segundo Leonardo, o processo de Enquadramento segue uma análise ancorada em três aspectos: “o rio que temos”, que é o processo de discussão com a população sobre a condição e qualidade da bacia no estado atual; o “rio que queremos”, discutir e chegar em um consenso sobre as metas; e o “rio que podemos ter”, que é considerar as limitações técnicas e econômicas existentes.

Leonardo Sampaio Costa realizou a palestra sobre processo de Enquadramento de projetos de gestão hídrica no MS (Foto: Reprodução/ALEMS)
Leonardo Sampaio Costa realizou a palestra sobre processo de Enquadramento de projetos de gestão hídrica no MS (Foto: Reprodução/ALEMS)

Ele também explica que a gestão e o planejamento dos recursos hídricos devem se ancorar no fornecimento adequado de água, levando em conta a quantidade necessária e a qualidade compatível com os seus diversos usos. O gerente do Imasul também aponta que essa oferta deve ser realizada na localidade em que se faz necessária, com distribuição temporal adequada aos usos, em condições economicamente viáveis e de forma sustentável.

Atualmente, Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros que mais se destaca nos estudos de enquadramento. “Nós somos referência em monitoramento em qualidade de água no Brasil”, destaca Leonardo.

Exemplo positivo - Durante o seminário, o superintendente adjunto da ANA (Agência Nacional da Água), Jorge Werneck, também trouxe o exemplo positivo de gestão hídrica, feito a partir do Programa Produtor de Água, aplicado na Bacia do Ribeirão Pipiripau, nos estados de Goiás e Distrito Federal.

O programa foi realizado por meio de parceria entre 17 instituições nacionais e regionais envolvidas. Segundo Werneck, a iniciativa é ancorada em três vertentes: produção de água, produção de alimentos e produção de ciência.

Jorge Werneck explica o Programa Produtor de Água, aplicado na Bacia do Ribeirão Pipiripau (Foto: Reprodução/ALEMS)
Jorge Werneck explica o Programa Produtor de Água, aplicado na Bacia do Ribeirão Pipiripau (Foto: Reprodução/ALEMS)

Entre 2008 e 2010, o projeto realizou inúmeras ações na região, como a tubulação do Canal Santos Dumont, o reflorestamento das árvores nativas, a adequação de 134 km de estradas rurais e a implantação de 1.885 ondulações transversais. Também foram realizadas palestras e eventos de conscientização voltados aos produtores rurais.

Sobre os resultados, o superintendente adjunto destacou que a segurança hídrica foi ampliada para mais de 250 mil pessoas, incluindo áreas urbanas e rurais do Distrito Federal e de Goiás. Também foi constatado, por meio do relato de agricultores, o retorno de animais silvestres à região, ou seja, uma contribuição para a biodiversidade.

Além disso, ele aponta que os agricultores deixaram de ser considerados vilões e se tornaram parceiros na gestão dos recursos hídricos na bacia, aproximando o Rural e o Urbano. “Com o contato direto entre produtores rurais e moradores dos centros urbanos, foi criada essa parceria. O produtor consegue lucrar vendendo seus produtos orgânicos e os moradores urbanos puderam se satisfazer com produtos saudáveis e contribuir com o meio ambiente”, explica Werneck.

De acordo com Werneck, os resultados do Programa Produtor de Água foram bem avaliados e garantiram a premiação do segundo lugar do concurso internacional Water ChangeMaker Awards (Produtores de Mudanças em Relação à Água), promovido pela GWP (Global Water Partnership). “Esse exemplo se tornou uma grande vitrine do projeto, tanto para o Brasil quanto para o mundo”.

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