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Meio Ambiente

Único no mundo, tamanduá albino já engordou sete quilos

Monitoramento que o acompanha quer identificar se alteração genética do albinismo vai mudar seu comportamento

Lucia Morel | 10/01/2023 13:21
Alvin, tamanduá-bandeira que foi encontrado em fazenda de MS. (Foto: Luciano Candisani)
Alvin, tamanduá-bandeira que foi encontrado em fazenda de MS. (Foto: Luciano Candisani)

Único no mundo, tamanduá albino encontrado em fazenda de Três Lagoas é monitorado desde setembro de 2022 pelo Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres). Conhecido em dezembro do ano passado, depois que o instituto divulgou as primeiras imagens do animal, Alvin já engordou sete quilos, saindo de 5 kg há cinco meses para 12,8 kg, segundo a coordenadora científica do Icas, Nina Attias.

O monitoramento que o acompanha quer identificar se a alteração genética do albinismo vai mudar seu comportamento na natureza e mesmo torná-lo mais vulnerável aos predadores. O colar de monitoramento também tem GPS e vai acompanhar sua movimentação por pelo menos três anos, conforme a coordenadora.

O albinismo limita a produção de melanina, gerando animais com pelagem de coloração clara ou aloirada. Os tamanduás-bandeira normalmente possuem uma pelagem marrom-acinzentada com uma grande faixa preta nas costas, que é de extrema importância para a sua sobrevivência, pois ajudam na sua camuflagem contra possíveis predadores, e também ajudam a filtrar os raios solares.

Até o momento, essa alteração não mostrou ter influencia na rotina do animal, conforme Nina, mas “ele está entrando num momento mais desafiador, porque está já com 8 meses e saindo da proteção da mãe. Ele vai ter que encontrar alimento sozinho e deve chamar mais atenção dos predadores. Mas até o momento, não identificamos nada de diferente em seu desenvolvimento em relação a outros da mesma idade”, afirma.

Irmão - O primeiro tamanduá-bandeira albino foi encontrado pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em agosto de 2021 e, pouco tempo depois, os pesquisadores do Icas o encontraram morto com sinais de predação. “Quando nós chegamos lá, ele já estava em óbito, mas conseguimos coletar amostras genéticas que foram enviadas para a análise em laboratório”, afirma a médica veterinária, Débora Yogui. O resultado dos exames, que são complexos, ainda não saiu.

A suspeita é que o primeiro indivíduo albino da espécie fosse irmão de Alvin. O material genético de ambos está sendo analisado para confirmar a teoria. A ideia é tentar entender como um evento tão raro pode ter acontecido duas vezes no mesmo lugar em um período tão curto.

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