Visita de onça-pintada traz esperança à região pantaneira afetada por incêndios
De acordo com o IHP, a região às margens do Rio Miranda já foi afetada por queimadas por três anos seguidos
Após os incêndios que assolaram o Pantanal em 2023, um avistamento trouxe esperança para a região. Uma onça-pintada foi flagrada durante uma visita às margens do Rio Miranda, próximo ao município de Miranda, a 208 km da Capital.
As imagens foram registradas no dia 2 de março deste ano pela equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), durante um monitoramento realizado no Rio Miranda em parceria com a PMA (Polícia Militar Ambiental). O que chamou atenção da equipe foi que a onça-pintada estava em uma área que foi severamente afetada pelos incêndios no ano anterior.
De acordo com o biólogo do IHP, Sergio Barreto, a equipe identificou cicatrizes do fogo no entorno, mas a presença desse majestoso felino é um sinal de resiliência da natureza e do Pantanal.
"Existem algumas árvores que parecem um paliteiro na margem posterior, e ter um registro desse é muito importante. Avistar essa espécie representa um indicador de que os animais estão retornando para essa área. Esse local já foi afetado pelo fogo por pelo menos três anos seguidos", explica o biólogo do IHP.
Em 2023, o Pantanal sul-mato-grossense foi um dos locais que mais sofreu com as queimadas. Segundo dados do BD Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de 1º de novembro a 31 de dezembro do ano passado, foram registrados 113.764 focos de incêndio.
Durante o ápice das queimadas, em novembro, Mato Grosso do Sul chegou a ocupar o terceiro lugar no ranking dos estados com o maior número de focos.
Como consequência das queimadas, a região de Miranda enfrentou diversos impactos, como a destruição de colmeias de abelhas, a suspensão da hospedagem de turistas e alterações nas rotas do turismo ecológico.
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