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Meio Ambiente

Vítima de incêndios no Pantanal, onça morre 25 dias após resgate

Macho de 8 anos havia sido batizado de Antã – forte, em tupi-guarani – e teve parada cardiorrespiratória

Por Anahi Zurutuza | 12/09/2024 14:02
Antã durante tratamento no Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande (Foto: Álvaro Rezende/Governo de MS/Divulgação)
Antã durante tratamento no Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande (Foto: Álvaro Rezende/Governo de MS/Divulgação)

Uma das onças-pintadas salvas dos incêndios no Pantanal morreu no Hospital Veterinário Ayty, que fica no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. O macho de 8 anos batizado de Antã – forte, em tupi-guarani – foi resgatado no dia 17 de agosto, na região do Passo do Lontra, no município de Miranda. Com as patas queimadas e visivelmente debilitado, ele sequer reagiu à presença dos profissionais que fizeram a captura.

De acordo com comunicado do Governo de Mato Grosso do Sul, emitido no início da tarde desta quinta-feira (12), o animal estava muito desnutrido e não resistiu às complicações que apresentou durante tratamento hospitalar.

“Antã chegou ao Cras com apenas 72 kg, significativamente abaixo dos 100 kg, que seria seu peso ideal. Complicações internas, agravadas pela idade avançada, estimada em 8 anos, impediram uma recuperação completa”, diz a nota, que completa: “a equipe do Imasul [Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul], em colaboração com especialistas da UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul], fez todos os esforços possíveis para salvar Antã”.

Quando capturado, o felino estava com desidratação moderada (7%), dificuldade para respirar e queimaduras de 3º grau nas patas, além de duas pequenas lesões nos membros torácicos. As feridas foram tratadas com soro fisiológico e pomada cicatrizante.

Macho de 8 anos durante dias que passou no Cras (Foto: Álvaro Rezende/Governo de MS/Divulgação)
Macho de 8 anos durante dias que passou no Cras (Foto: Álvaro Rezende/Governo de MS/Divulgação)

Além disso, ultrassonografia revelou alterações na bexiga e fígado, enquanto exames de sangue identificaram Trypanossoma sp e Hepatozoon (parasitas do sangue), anemia e cistite (inflamação na bexiga).

Conforme o Imasul, as queimaduras das patas eram tratadas com ozonioterapia, laserterapia tópica, pomadas cicatrizantes e bandagens. Nesta quarta-feira, dia 11 de setembro, quando era preparado para o tratamento com ozônio, Antã teve uma parada cardíaca, foi levado para o centro cirúrgico, intubado e após três tentativas de reanimação, teve o óbito confirmado.

O corpo foi encaminhado para necropsia e só o laudo mostrará a causa exata da morte.

“O Governo do Estado e o Imasul lamentam profundamente a perda de Antã e reafirmam seu compromisso com a proteção e reabilitação da fauna silvestre, destacando a necessidade urgente de preservação ambiental e cuidado com a vida selvagem”, completa o comunicado.

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