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Política

“Vai a sigla, mas a estrutura fica com a gente”, diz Londres sobre PR

Partido rumava para ficar com Azambuja, mas reviravolta com apoio da direção nacional sinaliza para Puccinelli

Aline dos Santos | 03/04/2018 10:16
Londres Machado afirma que vai manter capital político, com fidelidade de prefeitos e vereadores. (Foto: Arquivo)
Londres Machado afirma que vai manter capital político, com fidelidade de prefeitos e vereadores. (Foto: Arquivo)

De saída do PR, partido que comandou por décadas, o ex-deputado estadual Londres Machado afirma que deixa a sigla, mas mantém para o seu grupo o capital político de oito prefeitos, 54 vereadores e ex-prefeitos. “Vai a sigla, mas a estrutura fica com a gente”, afirma.

Segundo Londres, a direção nacional não pediu que ele deixasse a presidência do PR em Mato Grosso do Sul, mas se sentiu desconfortável com os novos rumos ditados pela cúpula do partido.

Além de Londres, que já comunicou que está de saída do PR, os deputados estaduais Grazielle Machado e Paulo Corrêa deixaram a sigla. Desta forma, o partido perde os dois representantes na Assembleia Legislativa.

Aproveitando a janela partidária, que permite que pré-candidatos com mandato troque de partido até 7 de abril, a deputada deve ir para o PSD, enquanto Corrêa se filia hoje (dia 3) ao PSDB. A debandada no PR só não será maior porque vereadores não podem trocar de partido.

Negociação - O Campo Grande News apurou que o epicentro da reviravolta nos planos do PR em Mato Grosso do Sul foi o apoio do comando nacional à pré-candidatura de Edson Giroto a deputado federal, encampando o projeto eleitoral do ex-governador André Puccinelli (MDB).

No fim de 2017, Giroto chegou a declarar que não seria candidato nas próximas eleições. Ele é investigado na operação Lama Asfáltica, da PF (Polícia Federal), e tem várias passagens pela cadeia, sempre acusado de corrupção. Neste cenário, o PR dialogava, com aval da direção nacional, com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que vai disputar a reeleição.

O plano do PR era ter candidato a deputado federal. A primeira opção foi a deputada federal Tereza Cristina, que acabou trocando o PSB pelo DEM. O plano B era a candidatura do ex-vereador Jamal Salém (PR). Contudo, fontes do Partido Republicano afirmam que Giroto e Puccinelli entraram na negociação e o PR nacional optou pela candidatura de Giroto, que já foi deputado federal.

Desta forma, Londres perdeu a condição de negociador. Com a mudança de plano, 11 membros da direção executiva deixaram os cargos no Estado. O histórico de Londres tem a marca de fidelidade aos correligionários, reforçando a tese de que o grupo deve permancer aliado ao ex-deputado. “Vai continuar junto”, afirma Londres.

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