À frente da reforma, sul-mato-grossense promete previdência "sem maquiagem"
Idade mínima para aposentar, diferença entre homens e mulheres e casos especiais - pontos que Carlos Marun (PMDB-MS) terá de conduzir na Câmara dos Deputados
Aguardada com receio, a reforma da Previdência será conduzida por um sul-mato-grossense que acredita em mudanças significativas, "que não sejam uma maquiagem - de modo que outra reforma seja necessária somente daqui a 30 anos". É com essa atitude que o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) pretende conduzir os trabalhos de que devem culminar nas novas regras de aposentadoria no Brasil.
Ele é presidente da Comissão Especial que trata este assunto na Câmara Federal. Ao Campo Grande News, confessou que o grande desafio, diante do tema polêmico, "é que as discussões não sejam intermináveis". Para tanto, a meta é seguir à risca o plano de trabalho, "para chegar a uma nova legislação, com um sistema que traga sustentabilidade à aposentadoria no País".
Apressado, Marun acredita que conseguirá receber todas as "contribuições externas" ao longo de março - mês que será dedicado a ouvir sindicatos, associações, especialistas, de modo a embasar o relatório da Comissão que, segundo ele, estará pronto até 15 de abril. "Se nem todos podem ser ouvidos, ouviremos todas as correntes de opinião", garante.
A pretensão é uma reforma consistente, "pra não ter que fazer isso de novo daqui a dois anos". Otimista, o peemedebista acredita que o pacote poderá entrar em primeira votação no Plenário já na segunda quinzena de abril.
Polêmica - Entre os pontos que devem acalorar o clima na Casa de Leis, o parlamentar elenca alguns, se dizendo "preparado para o que vier". "Estou convencido que é necessária uma idade mínima para aposentar e também teremos que tratar sobre as aposentadorias especiais". Neste último, categorias como a de policiais e trabalhadores rurais, com expectativas de vida diferentes, devem ganhar tratamento também diferenciado.
Também será definido se haverá, ou não, diferença na idade mínima para aposentadoria entre homens e mulheres.
Rombo no INSS - Ao admitir o déficit nos cofres da previdência diante de uma população que está envelhecendo, o presidente da Comissão garante que o brasileiro conseguirá ser aposentar no futuro. "Existe um déficit, estamos vivendo mais. Porém, teremos um projeto que atenda o princípio da razoabilidade, inclusive para o brasileiro que nunca contribuiu". Neste caso, ao fim da vida, estes cidadãos precisão do apoio do poder público, no que Marun define como "solidariedade forçada".
Comissão - Em 9 de fevereiro, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi eleito presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16), com 22 votos (secretos). Os outros candidatos, deputados Pepe Vargas (PT-RS) e Major Olímpio (SD-SP), receberam 8 votos e 4 votos, respectivamente. O relator é o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).