Abdicar de eleição pesou a favor de Marun na escolha para ministro
Ele não confirma, mas a escolha é dada como certa nos bastidores políticos de Brasília
O deputado federal Carlos Marun não confirma. Mas o anúncio de seu nome como novo ministro responsável pela articulação política do governo de Michel Temer é dado como certo de nos bastidores da política em Brasília, como revelam os jornalistas que cobrem o Planalto. O fator primordial para a escolha seria sua disposição de abdicar da campanha pela reeleição para ficar no governo, condição que o presidente Michel Temer teria colocado para a definição dos novos integrantes do alto escalão.
Mas há mais que isso a favor de Marun para integrar o Ministério de Temer. De acordo com o jornal El País, há outras quatro razões fazem do deputado federal sul-mato-grossense seja o preferido do PMDB e do Planalto para o lugar de Antônio Imbassahi na Secretaria de Governo, que tem status de Ministério. Primeiro, ele é considerado um fiel aliado na defesa da Reforma da Previdência, depois de ter presidido a comissão especial que discutiu o assunto na Câmara. A segunda razão é o fato de ter ficado na linha de frente da defesa do impeachment de Dilma Rousseff, que levou Temer ao Poder.
Outro motivo é o comportamento governista de Marun na relatoria da CPMI do BNDES, que investiga contratos com a JBS, a empresa que virou inimiga do Planalto depois da delação premiada implicando o presidente. Por último, e de certa forma envolvendo todos os quesitos anteriores, conta para a escolha de Marun até o fato de ter sido um dos poucos a se posicionar a favor do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.
Em declaração atribuída a um assessor direto do Planalto, o El País, afirma que Marun é considerado determinado no que faz. “Quando tem de defender algo, o faz com unhas e dentes. Isso é positivo para esse momento do Governo, sem dúvida”, afirmou o assessor, segundo o jornal espanhol com sucursais pelo Brasil.
Marun coleciona episódios recentes de defesa veemente do governo de Michel Temer, incluindo a dancinha ao som de uma música do cantor Benito de Paula, logo após o arquivamento de investigação contra o presidente, que lhe tendeu bate-boca virtual com o cantor das antigas.
Não confirma – O deputado federal continua dizendo que ainda não recebeu o convite, mas que se for preciso, para ajudar o governo, assume a vaga.
Se isso se confirmar, será o primeiro ministro de Mato Grosso do Sul depois do falecido Ramez Tebet, que foi ministro da Integração Nacional no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Na carreira de Marun, será o cargo mais importante, depois de ter sido secretário em Campo Grande e no Estado, nas administrações de André Puccinelli (PMDB), a quem também é bastante ligado. Também foi vereador e deputado estadual, antes de ser eleito para a Câmara Federal, pela primeira vez em secretário de Estado e deputado federal, eleito pela primeira vez em 2014.
Sua eventual saída leva de volta à Câmara Federal, o ex-deputado federal Fabio Trad.