Marun visita Puccinelli no presídio e critica delator da Lama Asfáltica
O ex-governador e o filho estão na cela 17 do Centro de Triagem desde a noite desta terça-feira
O deputado federal Carlos Marun (PMDB) esteve no Centro de Triagem na manhã desta quarta-feira (15) para visitar André Puccinelli e criticou a delação de Ivanildo da Cunha Miranda, que resultou na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica e na prisão do ex-governador: “Tem muita inconsistência nessa delação”.
Acompanhado do advogado de Puccinelli, Renê Siufi, o deputado foi até o complexo penitenciário, localizado no Jardim Noroeste, para visitar o ex-governador. Na saída do presídio o Marun afirmou que encontrou um homem revoltado, inconformado com a prisão, mas com “a moral elevada”.
“É triste ver um homem que fez tanto pelo Estado está em uma cela hoje com outras 20 pessoas”, lamentou Marun, que considerou não haver requisitos mínimos para uma prisão preventiva para Puccinelli.
Ainda assim, segundo o deputado, o ex-governador está “sendo bem tratado pelos presos”. André e o filho estão na cela 17 do Centro de Triagem, mesmo local que abrigou presos conhecidos, como o procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla e o ex-deputado federal, Edson Giroto.
Marun ainda criticou a delação Ivanildo da Cunha Miranda, que culminou na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiros de Lama. Pecuarista e empresário, Miranda tem 59 anos e atuava como operador do ex-chefe do Executivo estadual no esquema de recebimento de propinas da JBS. Conforme as investigações, Puccinelli seria o comandante do esquema e teria recebido R$ 20 milhões oriundos de propina, pagos pela empresa.
Nas palavras do deputado, todo delador é bandido. Ele afirmou ainda que a polícia precisa “tomar o máximo de cuidado e ter provas” das denúncias feitas em depoimento. “Tem muita inconsistência nessa delação, delação incompleta e tem que se analisar com cuidado”, afirmou.
Entenda - André Puccinelli, André Puccinelli Junior, e os advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves estão presos desde está terça-feira (14), quando agentes da Polícia Federal, servidores da CGU (Controladoria Geral da União) e da Receita Federal, deflagraram a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica.
As investigações apontam R$ 235 em desvios e que o ex-governador era quem comandava o esquema de recebimento de propinas, cujo operador era Ivanildo Miranda, pecuarista que delatou Puccinelli à Justiça.
Puccinelli e o filho foram presos de forma preventiva, que é a detenção sem prazo determinado. Ontem à tarde, em audiência de custódia, a Justiça Federal determinou a continuidade das prisões. Já os dois advogados estão presos temporariamente, que tem duração de cinco dias, e vence no sábado (18), se a Justiça não prorrogar por igual período.