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Política

Lama Asfáltica revela esquema da JBS em MS e elo de Aquário com propina

Conta administrada pela Proteco para receber recursos para o empreendimento no Parque das Nações Indígenas foi usada para depósitos ilegais, aponta PF

Mayara Bueno | 17/09/2017 09:52
Aquário do Pantanal, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)
Aquário do Pantanal, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)

A investigação da PF (Polícia Federal) no âmbito da Operação Lama Asfáltica aponta que uma conta bancária para receber recursos para o Aquário do Pantanal, em Campo Grande, teria sido usada para pagamento de propina por parte da JBS. A informação consta em um despacho da 3ª Vara Criminal, da Justiça Federal, e reforça indícios sobre o esquema da empresa, constatada pela a Lava Jato, em Mato Grosso do Sul.

Operações diferentes, ambas se complementaram quando a deleção premiada da própria JBS reforçou indícios da investigação no Estado. 

Outro situação que mostrou que as duas apurações se convergiram veio à tona na semana passada. A imprensa nacional noticiou que a apreensão de um celular, onde foi encontrado um grupo de Whatsapp liga o ex-procurador Marcello Miller à empresa, aconteceu durante a fase Máquina de Lamas, 4ª etapa da Lama Asfáltica, deflagrada há quatro meses em Mato Grosso do Sul.

Uma das descobertas mais recentes consta em um um despacho da 3ª Vara Criminal em resposta à um pedido de sócios da H2L Equipamentos e HBR Medical Equipamentos Hospitalares.

Rodolfo Pinheiro Holsback, um dos donos da H2L, pede à Justiça Federal a dovolução dos documentos, celulares e demais bens aprendidos durante a fase Máquinas de Lama, em maio de 2017.

Ao rejeitar o pedido, o juiz Fábio Luparelli, cita a existência, "em tese", do que chamou de extensão de um esquema criminoso "com os mesmos agentes e modos de atuação", em relação à uma conta denominada "CEF/Aquário", cuja titularidade era da Proteco, empresa do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, um dos principais alvos da Lama Asfáltica. 

Na decisão, o magistrado diz que há evidências de que a tal conta foi usada para receber recursos "oriundos de estelionato" contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), o que já havia sido descoberto em fases anteriores da Lama Asfáltica, e "que também foi destinatária dos supostos pagamentos de propina pela JBS".

Outra alegação das empresas no pedido é que a Justiça Federal não teria competência para julgar as investigações. Na decisão, no entanto, o juiz afirma que somente a continuidade das apurações na vara atual poderá esclarecer o que já foi descoberto até agora. "Tornando mais eficaz o combate à lavagem de capitais e os crimes antecedentes e conexos".

Aquário - Iniciado em 2011, o Aquário do Pantanal não foi concluído até hoje. A conta que o Governo de Mato Grosso do Sul havia informado anteriormente contava com R$ 20 milhões para conclusão. Mas, o montante ainda seria insuficiente, faltando ainda R$ 50 milhões.

Projetado para ser o maior aquário de água doce do mundo, o investimento inicial era de R$ 80 milhões, mas os valores atuais giram em torno de R$ 230 milhões. O governo estadual ainda estuda a forma de concluir o empreendimento.

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