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Política

'Acabou diálogo interno', diz ex-deputado sobre saída do PT

Renata Volpe Haddad | 15/09/2017 21:15
Antônio Carlos Biffi afirmou que esgotou a capacidade de diálogo interno e de construção positiva no PT. (Foto: Direto das Ruas)
Antônio Carlos Biffi afirmou que esgotou a capacidade de diálogo interno e de construção positiva no PT. (Foto: Direto das Ruas)

"Deixo o Partido dos Trabalhadores, mas não a luta por justiça social". Assim começa o anúncio de desfiliação do PT, do ex-deputado federal, Antonio Carlos Biffi, publicado no Facebook, depois de 28 anos de filiação. O anúncio com 15 parágrafos, foi divulgado no início da noite desta sexta-feira (15).

Biffi e mais 389 pessoas iriam se desfiliar do partido nesta tarde, mas o diretório estadual de Mato Grosso do Sul, se recusou a receber o grupo de políticos, causando revolta. Na rede social, o ex-deputado afirmou que quando entrou para o partido, entendia que o PT seria capaz de fazer a defesa da classe trabalhadora e de construir um novo projeto político para o Estado e para o Brasil.

Na publicação, o político conta que disputou oito eleições, quatro para deputado estadual e quatro para deputado federal. "Sempre na trincheira de luta pelos direitos dos trabalhadores, dos mais humildes e das minorias índios, negros, estudantes, idosos".

Biffi cita ainda que ajudou eleger lideranças, ampliou as bancadas estadual e federal, cadeira no Senado, além de defender "incondicionalmente", os governos de Lula e Dilma. Ele relata ainda seus feitos e defesa de vários projetos como o Ciência Sem Fronteira; aprovação do Piso Salarial dos Professores; a conquista dos 10% do PIB para educação brasileira e o PNE (Plano Nacional de Educação).

"Coordenei a campanha das eleições municipais, mesmo com a perda de muitos companheiros prefeitos para outras agremiações antes mesmo do pleito, além da redução pela metade dos vereadores que também deixaram o partido na busca de reeleições. Não conseguimos fazer um só prefeito, mas com muito esforço da militância elegemos 40 vereadores e vereadoras", continua.

O político diz ainda que tentou reaproximação com militantes e movimentos sociais e auxilou a construção da Frente Brasil Popular MS para enfrentar a direita, mas as forças partidárias não se "sensibilizaram" como o apelo para que houvesse um processo de eleições diretas. "Defendi até o último instante a unidade e provei isso com a retirada do meu nome da disputa à presidência para apoiar o companheiro Zeca do PT".

Biffi explica sua saída porque esgotou a capacidade de diálogo interno e de construção positiva no PT. "Não me sinto motivado a continuar numa luta de disputas internas que nos fez perder grandes companheiros ao longo de nossa caminhada partidária. Se não posso contribuir para o crescimento da legenda melhor me afastar. Não quero ser ponto de divergência e de disputa permanente, vendo que o PED construiu um ponto hegemônico em torno do atual presidente".

Encerrando, o político conta que deixar o PT não é algo para se comemorar, mas um momento de reflexão, que deveria servir de alerta às lideranças que buscam o fortalecimento da sigla no Estado. "Entendo que ainda não é o momento de deixar a política. Temos muitos desafios pela frente, como o combate ao governo golpista e suas reformas contra a classe trabalhadora e o golpe no povo brasileiro. Não abro mão da luta socialista por uma sociedade justa e inclusiva".

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