Além de tornozeleira, fiança de R$ 1 milhão é estipulada a Puccinelli
O ex-governador André Pucinelli deixou há pouco a sede da PF (Polícia Federal) em uma das viaturas da corporação para colocar uma tornozeleira eletrônica como medida cautelar alternativa à prisão. De acordo com o advogado dele, Renê Siufi, também foi estabelecida fiança de R$ 1 milhão.
Em entrevista concedida na sede do órgão, o advogado explicou que Pucinelli não é considerado preso e disse que ainda não teve tempo para analisar o processo em andamento, mas que o cliente dele não tem condições de pagar a quantia porque teve os bens bloqueados pela Justiça.
Detalhou também que não sabe o motivo das medidas. "Ele não tem risco de sair do Estado e todas as vezes em que foi intimado, sempre prestou declarações", disse Siufi ao complementar que não considera necessária a tornozeleira.
O ex-governador, segundo ele, terá que ser submetido aos procedimentos padrões, entre eles, não se ausentar da cidade por mais de dez dias sem autorização judicial e se recolher em casa até as 21h.
Pucinelli é um dos alvos da quarta fase da operação Lama Asfáltica, que apura fraudes em licitações e obras públicas, corrupção de servidores e lavagem de dinheiro com prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos.
André Cance, ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) e o dono da gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior, foram presos durante a ação. Ainda há um terceiro mandado de prisão, mas até o fechamento deste texto, a Polícia Federal não havia informado o alvo e se a detenção foi cumprida.
Também há nove mandados de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
No interior, mandados foram cumpridos na sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas e também nas cidades de Porto Murtinho e Nioaque. Policiais também vasculharam empresas em São Paulo e Curitiba.