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Política

Aliado de Cunha, Marun diz que impeachment morreu politicamente

Antonio Marques | 18/12/2015 10:31
Para o deputado Carlos Marun, impeachment contra a presidente Dilma "morreu" (Foto: Divulgação/Agência Câmara)
Para o deputado Carlos Marun, impeachment contra a presidente Dilma "morreu" (Foto: Divulgação/Agência Câmara)

O deputado federal Carlos Marun (PMDB) declarou ao Campo Grande News, na manhã desta quinta-feira (17), que o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff vai depender das manifestações das ruas. “Politicamente falando o impeachment morreu. Agora depende das ruas ressuscitá-lo.” Mas diante do que ele viu durante a semana admite que “as ruas não estão sinalizando para isso”.

O processo de impeachment voltou a estaca zero depois da decisão de ontem do STF (Supremo Tribunal Federal) que determinou as normas que regulamentam o processo de impeachment deflagrado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra a presidenta Dilma Rousseff, dando autonomia ao Senado para decidir sobre o processo.

Conforme o STF a votação para eleição da comissão especial do impeachment na Câmara deveria ter sido aberta, que também se posicionou contra as chapas avulsas para formação da comissão e que a presidenta Dilma Rousseff não tem o direito de apresentar defesa prévia antes da decisão individual do presidente da Câmara.

Carlos Marun considerou que a “Câmara foi cassada no seu direito. Na verdade a Câmara queria cassar a Dilma e foi cassada pelo Supremo”, declarou o deputado federal. Na segunda-feira, ele retorna a Brasília para acompanhar a decisão da reunião do Colégio de Líderes e saber dos encaminhamentos da Casa sobre o assunto.

Para o governista Zeca do PT, a decisão do STF mudou tudo. “Qualquer que seja a decisão da Câmara, o Senado terá o papel de revisor. Fatos que mudam totalmente o cenário”, destacou, complementanto que o processo pode recomeçar na terça-feira, depois da decisão do Colégio de Líderes.

O deputado comemorou a votação dos ministros da Corte Suprema e considerou que a semana terminou com várias conquistas para o movimento contra o impeachment da presidente Dilma. “Além da decisão do STF, tivemos milhares de pessoas nas ruas contra o golpe e que pediam o fora Cunha. O (Rodrigo) Janot pediu o afastamento do Cunha e o deputado (Leonardo) Picciani retornou à liderança do PMDB na Câmara”, ressaltou Zeca do PT.

Já a deputada Teresa Cristina (PSB) considera que ainda é cedo para saber qual o encaminhamento em relação a retomada do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, depois da decisão dos ministros do STF, que anulou a escolha da chapa para a formação da Comissão Especial.

Segunda a deputada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), convocou reunião do Colégio de Líderes para segunda-feira, que vai indicar a decisão a ser tomada em relação a votação no Supremo. “A Câmara precisa de dois terços para aprovar o tema; já o Senado, apenas a maioria e mais um. É um desequilíbrio total”, comentou Tereza Cristina, que preferiu não opinar se a decisão do STF foi favorável ou não ao governo.

Um questionamento que Eduardo Cunha já declarou que deve fazer aos ministros e que a deputada sul-mato-grossense também levanta é o fato de a Comissão Especial para analisar o processo de impeachment, que terá seus membros indicados pelos líderes dos partidos, não for aprovada pelo Plenário da Casa, uma vez que terá de referendada por votação simbólica pelos 513 deputados. “Dependendo da reunião de segunda-feira vamos saber quais os procedimentos a serem tomados em relação ao processo”, concluiu Tereza Cristina.

Como o Supremo determinou que a palavra final sobre a decisão do impeachment será do Senado Federal, que não se reúne mais neste ano, qualquer definição sobre o processo deve mesmo ficar para 2016.

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