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Política

“Preciso dormir”, implora aos prantos vizinha de conveniência no Guanandi

Wendell Reis e Aline Santos | 18/11/2011 13:00

Uma moradora do bairro Guanandi, em Campo Grande, se emocionou bastante durante a audiência pública realizada nesta manhã (18) para debater o polêmico projeto que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis, conveniências, ruas e praças de Campo Grande.

Analice Teresinha Salgati Silva, 40 anos, mora no bairro há 32 anos, mas há quatro anos convive com o barulho provocado por frequentadores da Conveniência Guanandi. Aos prantos, declarando que precisa dormir, a moradora relatou que já fez denúncias a Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) e aos Ministérios Públicos, mas não teve sucesso, pois as conveniências conseguem liminares para funcionar 24 horas.

A moradora revela que já chegou a comprar um ventilador velho para diminuir o barulho que vem da rua. “Precisamos descansar. Estamos doentes”. Analice afirma que o estresse provocado pela situação lhe desencadeou problemas de saúde como a fibromialgia (síndrome dolorosa não-inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga ou distúrbios de sono).

Analice conta ainda que muitas pessoas lhe aconselham a vender o imóvel, mas acredita que ninguém vai querer. Ela mora na residência com o esposo e duas filhas de 2 e 8 anos. Diferente de alguns vizinhos que vão para a chácara no fim de semana para dormir, a moradora convive com o problema do consumo de bebidas, barulho e danças provocativas de terça a domingo. “Isso não é vida”.

O vice-presidente do bairro Guanandi, Ivanor Pereira Brites, revela que as conveniências afetam até o atendimento de saúde dos moradores, pois ficam a poucos metros do Posto de Saúde do Guanandi. Segundo Brites, os médicos não querem assumir plantão porque tem que estacionar os carros nas ruas e acabam sendo depredados. Além disso, o banheiro do posto é utilizado por usuários de droga.

O vice-presidente do bairro explica que se a Polícia Militar faz operação em uma conveniência, os frequentadores mudam para outra ou abaixam o som e depois recomeçam a bagunça, que começa às 23h30 e segue madrugada a fora. Os moradores já levaram abaixo assinados a Polícia e a Secretaria de Segurança Pública, com vídeos da importunação, mas não tiveram retorno.

Jurema Carvalho Godói falou em nome da empresa Saddan Festas. Ela acredita que a proibição do consumo não deve ser restrita a conveniências e defende a inclusão de bares, restaurantes e supermercados. Ela alega que vende bebidas, mas não é culpada pelas danças provocativas, comportamento que atribui a criação dada pelos pais.

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