Após ameaçar chamar Bernal, Câmara reconvoca dois secretários
Depois de ter se considerado desacatada pelo ausência do supersecretário de Receita e de Governo, Gustavo Freire, em reunião da Comissão de Finanças e Orçamento realizada no dia 19 de fevereiro, e ameaçar convocar o prefeito Alcides Bernal (PP), a Câmara de Campo Grande resolveu dar nova chance aos assessores do chefe do Executivo e poupar o pepista do constrangimento de ter que dar explicações na sede do Legislativo Municipal. A Comissão aprovou hoje a reconvocação dos secretários municipais Wanderley Ben Hur, responsável pela pasta de Planejamento e Finanças, que havia comparecido da primeira vez e Gustavo Freire.
“Resolvemos dar uma segunda chance a pedido do líder do prefeito na Casa, vereador Alex do PT”, informou a presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Grazielle Machado, anunciando que a reunião deverá ocorrer na próxima segunda-feira (08), às 15h, no Plenário Edroim Everdito.
A reunião deveria ter ocorrido no dia 19, mas Freire enviou ofício aos vereadores informando que não poderia comparecer e alegando ainda que os temas elencados não diziam respeito à sua pasta, que estaria voltadas apenas à arrecadação tributária. Em seguida, o secretário voltou atrás e confirmou participação, mas não chegou no horário determinado e, por isso, a audiência foi cancelada. Na ocasião, o clima ficou tenso, com o líder do prefeito, vereador Marcos Alex Azevedo de Melo, o Alex do PT, ameaçando entrar na Justiça contra a decisão da Comissão, e o presidente da Câmara de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB), chegou dizer que haveria convocação do prefeito por “falta de respeito” do Executivo Municipal.
O tom mais duro acabou sendo superado alguns dias depois, com os vereadores falando em “convite” ao prefeito, que chegou até a se prontificar a ir à Câmara. Agora, nova oportunidade é dada aos secretários. "Através do vereador Alex do PT, nos foi solicitado essa abertura de diálogo. Estamos colocando essa segunda chance. E, esperamos que essa confiança seja recíproca com a presença dos dois secretários", afirmou Grazielle Machado.
Os dois secretários deverão esclarecer quais foram os motivos do cancelamento de licitações, seguidas de várias contratações de serviços em caráter emergencial, o remanejamento de verbas (mais de R$ 20 milhões) sem aval do Poder Legislativo e a alegada falta de previsão orçamentária para o reajuste de 22% concedido aos professores da Capital.