Após denúncia de assédio, Polícia Civil cumpre mandados na prefeitura da Capital
O acesso dos servidores ao prédio está proibido por enquanto
Após denúncia de assédio sexual envolvendo o ex-prefeito e candidato a governador, Marquinhos Trad, de 57 anos, batida policial acontece na sede da prefeitura de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (9) para cumprimento de mandados de busca e apreensão. O acesso dos servidores está proibido por enquanto.
No local estão três viaturas da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na entrada principal pela Avenida Afonso Pena e uma, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), no estacionamento da prefeitura, pela Barão do Rio Branco. Também há agentes da Polícia Científica no local.
Conforme apurou a reportagem do Campo Grande News, três policiais estão em frente à entrada do Paço Municipal, para impedir o acesso de servidores, que chegam aos poucos no prédio.
A ação policial acontece menos de um mês após denúncia de assédio sexual envolvendo o ex-prefeito. A advogada de Marquinhos Trad, Andrea Flores, também esteve na prefeitura nesta manhã e afirmou à reportagem que ainda tenta ficar a par sobre o que se trata a batida da Polícia Civil.
Denúncia - Até o momento, nove mulheres (e o marido de uma delas) procuraram a Polícia Civil. As vítimas têm entre 21 e 49 anos e os crimes estariam acontecendo desde 2005. A investigação foi aberta após as primeiras denúncias, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21 anos.
Das 4 já ouvidas pela delegada Maíra Pacheco Machado, apenas uma não manteve relações sexuais com o ex-prefeito da Capital. Depois delas, outras cinco (e o marido de uma delas) também procuraram a polícia para denunciar assédio sexual.
O Campo Grande News teve acesso ainda a outros depoimentos de mulheres que afirmaram terem relações sexuais consentidas com o ex-prefeito, em troca de emprego. As mulheres de 32 e 31 anos já têm filhos, de pais ausentes, e disseram que por isso precisavam de emprego.
A promessa e troca de vantagem pelas relações sexuais é o elemento que leva os investigadores a suspeitar de assédio sexual nestes dois casos. No encontro, Marquinhos também teria feito truques de mágica com o baralho. Na ocasião não houve sexo entre os dois, mas uma tentativa de beijo na despedida.
Depois do primeiro encontro, ela disse que passou a receber mensagens de Marquinhos, e “durante certo período”, frequentou o gabinete, “na frequência de uma vez por semana, na expectativa de ser contratada”, conforme consta em depoimento. Após este período, segundo o depoimento, começaram as relações sexuais consentidas. O prefeito Marquinhos Trad admitiu relações extraconjugais, mas negou crime, classificando como mentirosas as denúncias de assédio sexual atribuídas a ele.