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Política

Defesa de Marquinhos Trad afirma que cafetina coopta prostitutas

Justiça negou apreensão de celular do pré-candidato e medidas protetivas para mulheres

Aline dos Santos | 26/07/2022 12:30
Advogadas Rejane e Andrea negam que Marquinhos Trad seja autor de crime de assédio sexual. (Foto: Marcos Maluf)
Advogadas Rejane e Andrea negam que Marquinhos Trad seja autor de crime de assédio sexual. (Foto: Marcos Maluf)

Sem divulgar documentos e sem presença do ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao governo Marquinhos Trad (PSD), as advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda afirmaram que o político, denunciado por assédio sexual, é vítima de uma armação “vergonhosamente política” e que uma cafetina arregimenta garotas de programa para denunciá-lo.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (dia 26), a dupla anunciou um canal, por meio do telefone (67) 9 9968-5685, para acolher essas mulheres, definidas como pessoas aliciadas e amedrontadas. “Conte que foi cooptada, que ofereceram tanto e vamos colaborar no que for preciso”, diz Rejane.

Também foi informado na coletiva que uma jovem recebeu dinheiro para fazer denúncias de crimes sexuais contra o ex-prefeito. Inclusive, com registro de documento em cartório, mas o relato não foi disponibilizado para a imprensa e o fornecimento dos detalhes foi condicionado ao consentimento prévio da denunciante sobre a armação contra Marquinhos.

Enquanto já é ventilado o número de nove denúncias contra o pré-candidato, as advogadas pontuam que tiveram acesso a documentos até sexta-feira (dia 22), que mencionavam quatro casos.

Do total, o ex-prefeito admite relação consensual com duas mulheres, na faixa etária de 30 a 31 anos. O Campo Grande News questionou se algumas delas foi funcionária do Proinc (Programa de Inclusão Profissional).

Andrea afirmou que uma das mulheres teve contrato com o Proinc em 2021, enquanto que as relações sexuais datam de 2020. “Não tem contemporaneidade com as relações sexuais”, defende. A advogada também refuta assédio sexual  pela ligação trabalhista. Neste raciocínio, alega que o Proinc é ligado à Funsat (Fundação Social do Trabalho) e não ao gabinete do então prefeito.

Durante a coletiva, as advogadas afirmaram que só se caracterizaria assédio sexual se houvesse relação de hierarquia entre os envolvidos.

Quebra de sigilo – Após a abertura do inquérito, a Justiça negou medidas protetivas para as denunciantes, além da apreensão do celular e quebra de sigilo telefônico de Marquinhos.

As medidas protetivas foram negadas pela juíza Jacqueline Machado (3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), enquanto as demais foram indeferidas pela juíza Eucélia Moreira Cassal (3ª Vara Criminal).

Também foi informado de que num caso de 2018, que envolveu menor de 18 anos, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence arquivou o inquérito.

A expectativa da defesa é terminar o caso em uma reviravolta, com arquivamento das denúncias de crime sexual e condenação dos envolvidos por denunciação caluniosa, violação de sigilo e abuso de autoridade.

Ainda de acordo com as advogadas, outras pessoas foram denunciadas, mas só houve vazamento do nome do pré-candidato.

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