Assembleia cria CPI e terá cem dias para investigar saúde em todo o MS
Investigar a aplicação dos recursos na saúde pública em todo o Estado num prazo de cem dias. Com essa tarefa, os deputados estaduais criaram hoje a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde na Assembleia Legislativa.
As atenções para o tema se voltaram após a divulgação da operação Sangue Frio, que investiga a “Máfia do Câncer”, em matéria no Fantástico. Apesar de denúncias já circularem na imprensa local há quase dois meses. Na semana passada, após duas tentativas frustradas, a Câmara Municipal também instaurou uma CPI.
Na Assembleia, a proposta ganhou fôlego após audiência pública proposta pelos deputados Lauro Davi (PSB) e Amarildo Cruz (PT). Hoje, era preciso que oito parlamentares assinassem o requerimento. Mas os 21 deputados presentes à sessão deram apoio à CPI. O foco são os hospitais que recebem recursos por meio do governo do Estado.
Para Lauro Davi, Dourados é o município com as denúncias mais graves. De acordo com ele, a comissão vai verificar dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e visitas in loco. As prioridades são os municípios de Corumbá, Coxim, Dourados, Ponta Porã, Nova Andradina, Três Lagoas e Campo Grande. A Capital será a primeira a ter apuração sobre os recursos na saúde pública.
A comissão terá cinco membros, que serão indicados pelos partidos. Conforme o critério de proporção entre as bancadas, o PMDB indica dois nomes, PT terá um representante, PSDB indica um nome e os demais partidos terão um representante. Não há ainda definição de quem ficará com os postos mais importantes: presidente e relatoria. No entanto, é provável que sejam ocupados por Lauro Davi e Amarildo Cruz.
“Me convenci da necessidade da CPI”, afirma o deputado Pedro Kemp (PT), antes contrário à comissão . A criação da CPI foi homologada pelo presidente da Assembleia, deputado Jerson Domingos (PMDB).
Máfia do Câncer – Realizada pela PF (Polícia Federal), a operação investiga a suspeita de que o setor de radioterapia foi desmontado na rede pública de Campo Grade para privilegiar empresas.
Atualmente, o serviço é oferecido no Hospital do Câncer, na clínica Neorad, de propriedade de Adalberto Siufi (um dos investigados), e no HU, que retomou o atendimento depois de cinco anos com as portas fechadas.