Azambuja fala em estimular parcerias e incentivar cultura empreendedora
Planejamento estratégico para Campo Grande para os próximos 30 anos, com base em pesquisas de opinião que, segundo o candidato, ouviram 120 mil pessoas, além de parcerias. Faltando 43 dias para a data em que vai ser escolhido o novo prefeito de Campo Grande, esse é um dos motes principais da campanha do tucano Reinaldo Azambuja, deputado federal que quer trocar o Congresso pelo Paço Municipal, na entrevista que segue.
A entrevista faz parte da segunda série de conversas com os candidatos a prefeito feita pelo Campo Grande News nesta campanha. Dessa vez, as perguntas vieram de entidades representativas da sociedade.
Repensar o trânsito da cidade, coleta e tratamento do lixo, congelar a tarifa e implantar IPTU progressivo para os moradores que adotarem medidas ambientais nos imóveis estão entre as propostas comentadas do candidato tucano em resposta aos questionamentos.
Veja as perguntas e respostas
Andréia Castanheira, diretora do Sest/Senat:
Quais as propostas de melhorias para o desenvolvimento do serviço de segurança no trânsito de Campo Grande?
Reinaldo Azambuja: "Trânsito é um dos setores em que queremos atuar muito forte. Primeiro criar os corredores exclusivos para ônibus, implantar os semáforos inteligentes, que é aquele que vai dar fluxo maior pros veículos nas vias onde nós temos o maior congestionamento.
Terceiro acabar com as rotatórias e fazer viadutos, os elevados,
especificamente na Via Parque com a Mato Grosso, Gury Marques com Interlagos e mais cinco pontos de congestionamento que nós temos em Campo Grande, onde nós vamos implantar com certeza os viadutos para melhorar o fluxo do tráfego da Capital.
E os investimentos nessa parte dos ônibus, o transporte coletivo que anda a 14 km/h, as pessoas estão deixando de ocupar o transporte coletivo, e optando em comprar carro e ter uma moto e isso vai congestionando a cidade.
Fazer o planejamento estratégico do transito da cidade para melhorar rapidamente o fluxo do transporte coletivo. São três pontos em que a gente vai investir no transito".
Leonardo Duarte, presidente da OAB/MS(Ordem dos Advogados do Brasil) em MS.
O que o candidato se eleito vai fazer para melhor o sistema de transporte público urbano de Campo Grande?
Reinaldo Azambuja:"Fazer os investimentos necessários. Primeiro não se faz um transporte público de qualidade sem ter um transito de qualidade, então investir no trânsito, criar os corredores exclusivos pros ônibus, criar os semáforos inteligentes, que controla o fluxo de veículos pela quantidade de veículos.
Tirar as rotatórias e colocar os elevados, os viadutos. Abrir novos caminhos para facilitar o fluxo de veículos e de motos dentro da capital.
Fazer a interligação das ciclovias. Se você olhar as ciclovias existentes em Campo Grande, elas não se conectam, elas não se encontram. Fazer essa interligação para que mais pessoas possam utilizar as bicicletas e andar nas ciclovias com tranqüilidade.
Principalmente investir muito em educação do transito. Já se provou que os radares não resolvem os problemas do acidentes, a cada dia Campo Grande é a cidade em que mais acidente ocorre de todas capitais do país. A cada 48 horas morre um campo-grandense em um acidente de transito e isso é um numero muito ruim pra nós, então fazer realmente a educação do transito como prioridade na nossa administração."
Omar Aukar, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande:
O que será feito para reduzir a carga tributária e aumentar a geração de emprego e renda na Capital?
Reinaldo Azambuja: "Nós temos uma proposta de realmente investir muito na qualificação profissional, eu tenho certeza que ter um trabalhador qualificado, mais preparado é um trabalhador que vai ter um emprego com maior renda. E ele é um consumidor dentro da cidade.
E investir realmente em incentivos fiscais a quem oferecer o primeiro emprego, quem der oportunidade ao jovem. Mas não pode ser um jovem despreparado, o poder público tem que dar essa qualificação, esse treinamento, para que o jovem possa chegar ao emprego com condições de fazer um bom trabalho, e estar preparado através da qualificação profissional, que nós queremos investir muito nisso.
Queremos estimular essa cultura empreendedora, levar isso aos bairros da capital colocar à disposição as parcerias com Sebrae, Sesc, Senac, Senai e com Sesi. São organismos que podem realmente, além de nos ajudar nessa qualificação, estimular essa cultura empreendedora que muitas vezes existe dentro da pessoa, mas que muitas vezes não despertou para as atividades que ele pode ajudar a vida da cidade.
Já é nossa proposta um congelamento do IPTU por dois anos. Tem pessoas que criticam isso dizendo que é demagogia. Eu não tenho dúvida que essas pessoas são aqueles que só sabem ver os tributos para penalizar o contribuinte. Não pensa que dando condições de pagar menos impostos, você dá condições da cidade se desenvolver mais, com mais sustentabilidade.
E o nosso IPTU regressivo é isso: estimular quem construir muro e calçada, estimular quem fizer as praticas de captação de água, de energia solar. Pra que? Pra criarmos uma cidade ambientalmente melhor e mais sustentável para as futuras gerações.
Congelamento do IPTU, a reanálise de toda planta imobiliária de Campo Grande pra fazer justiça fiscal e implantar essas praticas sustentáveis que ajuda e melhora a qualidade de vida das pessoas."
Geraldo Alves, presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública):
Qual o compromisso que os candidatos têm com a educação pública de Campo Grande em aplicar a lei federal nº. 11.738/08, no que se refere ao piso salarial para uma jornada de 20 horas e 1/3 da carga horária para planejamento?
Reinaldo Azambuja:Esse compromisso, da nossa parte ele é total com a categoria do magistério municipal. Primeiro o direito do piso nacional, que já foi votado, e principalmente a questão dessa hora-atividade, que é preparar melhor a aula.
O professor ter 30% do seu tempo disponível para organizar uma aula de qualidade, sem aquela pressão do dia-a-dia devido à cara horária estafante que tem hoje. Infelizmente essa questão foi judicializada pela atual gestão, que entende que isso seria um custo a mais a contratação de novos professores. Nós entendemos que isso não é custo, isso é investimento que com certeza vai ajudar a melhorar ainda mais a educação na capital.
Então nosso compromisso com a lei federal que implanta o piso e implanta a hora-atividade é a partir do 1° de janeiro, se formos eleitos, será implantado na rede municipal de ensino aqui da capital."
Jary Castro, presidente do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul):
Campo Grande tem registrado nos últimos anos entraves que impactam diretamente em seu desenvolvimento. O alto índice de crescimento urbano, aliado à construção de novos parques residenciais, pavimentação asfáltica e o aumento da frota de veículos, por exemplo, têm provocando obstáculos no desenvolvimento. São questões que demandam além de atenção, muito planejamento e investimentos públicos.
Quais serão as políticas adotadas pelo futuro prefeito em questões como melhoria do transporte coletivo, trânsito, coleta de resíduos sólidos, acessibilidade para pessoas com deficiência, alagamentos em períodos chuvosos, todas essas, questões que envolvem diretamente as Engenharias?
Outro fato que deve ser considerado e que gera grandes questionamentos são os frequentes buracos surgidos em pavimentações asfálticas recém finalizadas. Como serão resolvidos todos esses problemas que afetam diretamente o desenvolvimento urbano e a qualidade de vida dos campo-grandenses?
Reinaldo Azambuja: "Nós temos uma questão que para nós é primordial que é o planejamento urbano, você não faz o crescimento da cidade desordenado, como é feito hoje.
Nós precisamos de um planejamento urbano que olhe as áreas de solo frágil, que não deixe edificar em locais de possível alagamento, que proteja os mananciais da capital, através das micro e das macro bacias.
Não se pode deixar de fazer a pavimentação sem a captação das águas, como isso ocorre em muitos bairros, nós temos asfalto, mas não temos a drenagem e a captação das águas.
E planejar isso tudo dentro de um espírito que conceba Campo Grande olhando o hoje, mas pensando no amanhã daqui 20 a 30 anos. O planejamento estratégico, a fiscalização a parceria com o próprio Crea/MS. Convênios, eu quando prefeito conveniei com o Crea para ajudar na fiscalização da qualidade das obras publicas.
Essa questão de deteriorar o asfalto novo, com certeza, é falta de fiscalização e gerenciamento da obra. Projetos mal concebidos, como nós vemos ali no rio Anhanduí, na Norte Sul, que fizeram a contenção, a lateral do rio, e a enchente tem levado a cada chuva, inundando e comendo um pedaço da pista lateral da pista lateral do rio Anhandui. Isso é falta de planejamento urbano, é obra mal concebida.
Então, a engenharia é muito importante no planejamento e na organização de uma cidade, o desenvolvimento de uma cidade sustentável. Então o que nós temos que fazer: a parcerias com as instituições que podem nos auxiliar a fazer um planejamento estratégico de muita qualidade pra melhorar realmente
A questão do lixo é um absurdo Campo Grande nos estamos aí há mais de 20 anos sendo prometido resolver o problema do lixão a céu aberto e até hoje nós temos um lixão que mata crianças, que dá insalubridade aos trabalhadores que convivem lá diariamente catando os materiais reciclados e nós vamos acabar com o lixão da capital, fazendo a cooperativa dos catadores e organizando esse sistema de reciclagem para que eles possam ter sustentabilidade e criando os aterros sanitários.
Não dá pra ter um aterro só Campo Grande, isso sai muito caro para população. Nós temos que fazer aqui 3 aterros sanitários, para a disposição desse lixo pós ele passar por uma reciclagem.
Então é organizar esse sistema e fazer realmente aquilo que foi prometido há muitos anos inclusive já foi assinado Termo de Ajustamento de Conduta da prefeitura com o Ministério Público, mas infelizmente até hoje a nossa capital convive com um lixão a céu aberto e envergonha a todos nós campo-grandenses."
Marco Antônio Leite, presidente do Sindmed(Sindicato dos Médicos)
Qual a proposta que o candidato apresenta para resolver problemas como: a falta de médicos na rede publica do município; a demora de se conseguir marcação de consultas e de exames na rede básica de saúde municipal; a falta de um planto de cargos e carreiros e salários no setor e a reivindicação do pagamento do adicional de insalubridade aos servidores da saúde?
Reinaldo Azambuja:"Primeiramente nós temos hoje que cobrir essa falta de médicos, porque muitos deixaram o pode publico por questões de remuneração, a baixa remuneração. A nossa ideia é implantar os plantões médicos presenciais, contratar esses plantões para as unidades de saúde, pro médico ficar na unidade saúde atendendo a demanda das pessoas. Estancar um pouco essa construção desenfreada de unidades de saúde, prédios bonitos, mas não adianta ter prédio se não tem o atendimento médico.
A marcação de exames é primordial. Se o poder público não consegue realizar, nós fazermos os convênios e parcerias com as clinicas que podem disponibilizar principalmente os exames de imagens, para as pessoas que tanto necessitam.
Hoje em dia um cidadão que necessita de uma ressonância, de uma tomografia serviço público municipal chega a demorar seis, oito meses até um ano para conseguir esse exame. E a saúde não pode esperar,a saúde é a vida das pessoas. E nós vamos investir muito na disponibilização desses exames no e também dos medicamentos, colocar o medicamento.
Muitas pessoas me dizem: nós temos dinheiro para isso tudo? Nós temos hoje um orçamento de R$ 700 milhões por ano, isso dá quase R$ 2 milhões por dia. E dá pra fazer muita coisa com R$ 2 milhões.
A saúde de Campo Grande precisa de gestão e uma gestão eficiente que otimize os gastos, que diminua os terceirizados, que diminua questão das consultorias e que aplique esse dinheiro sim na contratação de profissionais, de médicos e enfermeiros, remunerando melhor os médicos e enfermeiros, disponibilizando mais exames e medicamentos para a população e também fazendo a saúde preventiva.
Campo Grande tem 30% só de cobertura do médico da família, nos queremos pelo menos dobrar essas equipes para que nós possamos alcançar 60% de cobertura de cobertura com a saúde preventiva dos moradores da aqui da nossa capital. Quanto ao plano de cargos e carreiras, o direito do adicional de insalubridade e isso é compromisso nosso, instalar e pagar o adicional de insalubridade de quem trabalha com a saúde publica na capital e fazer cumprir o PCC, o plano de cargos e carreiras, que foi aprovado mas não esta sendo cumprindo pela atual administração."
Ricardo Senna, vice-presidente do Corecon (Conselho Regional de Economia):
Os negócios que têm criado valor e gerado riqueza nos últimos anos estão relacionados aos serviços, à cultura, ao meio ambiente, à inovação e ao uso intenso da tecnologia. Em razão disso, precisamos de uma nova forma de ver a educação, a qualificação para o trabalho, a saúde da população, dentre outros. Se essa tendência continuar nos próximos anos ficaremos atrasados econômica e socialmente. Como o senhor trata do desenvolvimento de Campo Grande em seu plano de governo?
Reinaldo Azambuja:"Nós tratamos o desenvolvimento da capital pensando nela em todos os seguimentos quando nós falamos das ações da saúde, de colocar e humanizar e dar atendimento a população. A questão educacional priorizando o acesso a Ceinfs a 10 mil crianças que não tem vagas hoje, a questão da escola em tempo integral, para fazer a inclusão social do jovem e do adolescente e a questão da valorização do professor do magistério dando a eles além do piso nacional, a hora-atividade pra preparar melhor suas aulas.
Colocando também a eles disponível o crescimento através das pós-graduações e dos mestrados pra melhorar o nível do professor municipal. Quem aprende mais, pode ensinar melhor, e eu tenho certeza que nós vamos disponibilizar isso, essa qualificação e o crescimento para os nossos professores.
E organizar o desenvolvimento da capital, com uma lei de incentivos fiscais que continue atraindo os investimentos através dos pólos empresariais, das incubadoras de negócios que são importantes para organizar o sistema empresarial, mas principalmente dando incentivos fiscais para empresas que já estão instaladas aqui na nossa Capital pra que não tenham concorrência desleal com empresas que vem de fora e compete em desigualdade de condições com a com aqueles que já estão , é dar os mesmos benefícios fiscais com aqueles que já estão aqui.
E sendo ousado em reduzir a tarifa de IPTU, fazer o IPTU regressivo, reduzir a tarifa de ISS nos não podemos ter através do arrocho fiscal, como é Tonica desse governo, uma plataforma para fazer o desenvolvimento da cidade.
Desenvolvimento da cidade se faz com incentivos fiscais, com reduções tributarias, com inovação, com uso das novas tecnologias pra ajudar o desenvolvimento, e principalmente, organizar a maquina publica, é inconcebível demorar meses para tirar habite se, inconcebível você demorar um ano para ter um projeto de construção aprovado pelo setor competente da prefeitura municipal, então é investir no servidor, qualificar a mão de obra dos efetivos da prefeitura pra disponibilizar e prestar um bom trabalho para a nossa comunidade e são com essas ações que vamos fazer com certeza uma capital melhor pra todos nós."