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Política

Marcelo Bluma aposta em "economia criativa" para Campo Grande

Gabriel Neris | 25/08/2012 07:05
 Marcelo Bluma aposta em "economia criativa" para Campo Grande
Marcelo Bluma aposta em campanha de renovação e sustentabilidade nas eleições (Fotos: Minamar Júnior)
Marcelo Bluma aposta em campanha de renovação e sustentabilidade nas eleições (Fotos: Minamar Júnior)

É apostando no bom desempenho de Marina Silva, quando foi candidata a presidente do Brasil em 2010, que o vereador Marcelo Bluma entra para brigar por votos nas eleições para prefeito de Campo Grande pelo PV, com o discurso do desenvolvimento sustentável típico do partido.

Marina não venceu as eleições, ficou de fora do segundo turno, mas surpreendeu, principalmente por ter apenas 1m24s de programa eleitoral. Este será o desafio de Bluma. O partido tem a disposição 1m51s para convencer o eleitor.

“Estamos satisfeitos. Nesse início de campanha sabíamos da dificuldade de visibilidade, mas começa de fato quando a propaganda entra no rádio e na televisão. O tempo é considerado pequeno, mas dá pra passar a mensagem de renovação e sustentabilidade”, explica o candidato.

Bluma sugere, para Campo Grande, o que chama de "economia criativa".

Na entrevista que segue, parte da segunda série com os candidatos realizadas pelo Campo Grande News nesta eleição, ele fala dessa e outras propostas para setores estratégicos.

Andréia Castanheira, diretora do Sest/Senat Campo Grande

Quais são as propostas de melhorias para o desenvolvimento do serviço de segurança no trânsito de Campo Grande?

Marcelo Bluma – Nossa concepção do trânsito é embasada no conceito de sustentabilidade. Então nós entendemos que para resolver os problemas do trânsito de Campo Grande e dar mais segurança, é preciso atuar na reorganização da cidade, no planejamento urbano. Você permite empreendimentos, por exemplo, em Campo Grande, que são geradores de tráfego. Quando permite a instalação de uma escola, a instalação de um supermercado, permite um novo empreendimento, provoca aumento grande de veículos e isso pode produzir um resultado normal ou um resultado de números de veículos muito grande. Então, precisamos retirar o numero de veículos do trânsito de Campo Grande, o número excessivo de veículos está saturando nosso trânsito. Como faz isso? Melhorando o transporte público e apostando em modais alternativos. A proposta nossa é que haja estímulo e deixem o carro em casa. Até a possibilidade da carona amiga precisa ser trabalhada. É preciso fazer campanha educativa, dizer para pessoas irem ao trabalho sem tirar o carro da garagem. Isso é um aspecto. O outro aspecto é de reestruturar o planejamento urbano da cidade. Uma equipe de técnicos competentes que possa resolver o problema de gargalos do trânsito e impedir novos gargalos. Vou dar um exemplo, foi um permitido um empreendimento ali no Sóter, onde já tem uma rotatória, e o transito vai fica muito pior. Nós vamos apostar nos dois viés, trabalho forte com conceito de sustentabilidade e, investindo em novas alternativas, menos poluentes.

Leonardo Duarte, presidente da OAB/MS

O que o candidato se eleito vai fazer para melhorar o sistema de transporte público urbano de Campo Grande?

Marcelo Bluma – Nos pensamos investir em novos modais. O sistema de transporte público é como as veias do nosso sistema circulatório. Ele atua de forma sistêmica em nosso corpo. O transporte público atua de forma sistêmica na cidade. Então nossa proposta é fazer alteração no plano diretor, nós estamos apostando numa vinda menor das pessoas para o centro da cidade. Campo Grande já tem a tendência que o município precisa entender, as pessoas se puderem preferem ficar na sua região. A cidade hoje pulsa nos bairros, o que falta é uma politica oficial do município de leva serviços para que essa tendência se fortaleça. Essa é uma proposta básica do nosso programa. Nós queremos apostar numa Campo Grande menos centralizada, com isso vamos retirar muitos veículos do centro da cidade. Nós vamos melhorar o transporte público atuando de forma sistêmica, primeiro fortalecendo as várias regiões da cidade, em modais do transporte público que sejam menos poluentes, os não motorizados, e alternativas poucos utilizadas. O táxi, por exemplo, é subutilizado. Por isso tem tarifa mais elevada. A prefeitura podem elevar os olhos para esta alternativa. São alternativas que valem a pena a prefeitura fazer campanha educativa, porque quem vai a festa, pra balada, sabe que vai beber, porque não deixa o carro em casa e não volta de táxi? As bicicletas são totalmente subutilizadas. Vamos investir em modais alternativos pouco poluentes.

Omar Aukar, presidente da ACICG - Associação Comercial e Industrial de Campo Grande

O que será feito para reduzir a carga tributária e aumentar a geração de empregos e renda na Capital?

Marcelo Bluma – Com relação aos tributos eu quero reequacionar o IPTU aplicando o IPTU Ecológico. Com a aplicação dos parâmetros do IPTU Ecológico, que exige para baixar o valor do IPTU, qual é a logica do IPTU Ecológico? Estabelecer algumas metas que as pessoas deverão fazer com seus imóveis e com isso elas terão um decréscimo do valor do IPTU. Vai diminuir o IPTU dos imóveis e ganhar com isso em qualidade de vida muito maior em Campo Grande, e com isso diminuir a despesa do poder publico.

Para gerar emprego, precisamos apostar na economia criativa. É a economia baseada na inovação, na tecnologia, e no conhecimento. Nós precisamos gerar empregos e atrair atividades industrial, comercial e prestadores de serviço que atuem nessa direção. Vamos investir muito nos negócios virtuais, Campo Grande está muito atrasado na geração de negócios virtuais e depois vai ficar muito difícil recuperar. Hoje nos temos uma infinidade de negócios que podem ser feitos no mundo virtual, com uma vantagem, no mundo virtual o mercado de trabalho é de nove milhões de pessoas produzindo para o mundo inteiro. Queremos conectar campo grande com o mundo, a prefeitura tem q criar economia criativa.

Geraldo Alves Gonçalves, presidente da ACP – Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Física

Qual o compromisso que os candidatos têm com a educação pública de Campo Grande em aplicar a lei federal nº 11.738/08, no que se refere ao piso salarial para uma jornada de 20 horas e 1/3 da carga horária para planejamento?

Marcelo Bluma – Estive na ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Física) e na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação em Mato Grosso do Sul) assumindo e assinado compromisso com o piso nacional das 20 horas e 1/3 da hora atividade do planejamento. Acreditamos que é fundamental.

Jary Castro, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul – CREA/MS

Campo Grande tem registrado nos últimos anos entraves que impactam diretamente em seu desenvolvimento. O alto índice de crescimento urbano, aliado à construção de novos parques residenciais, pavimentação asfáltica e o aumento da frota de veículos, por exemplo, têm provocando obstáculos no desenvolvimento. São questões que demandam além de atenção, muito planejamento e investimentos públicos.

Quais serão as políticas adotadas pelo futuro prefeito em questões como melhoria do transporte coletivo, trânsito, coleta de resíduos sólidos, acessibilidade para pessoas com deficiência, alagamentos em períodos chuvosos, todas essas, questões que envolvem diretamente as Engenharias? Outro fato que deve ser considerado e que gera grandes questionamentos são os frequentes buracos surgidos em pavimentações asfálticas recém-finalizadas. Como serão resolvidos todos esses problemas que afetam diretamente o desenvolvimento urbano e a qualidade de vida dos campo-grandenses?

Partido Verde e candidato montam estratégia de manter programa eleitoral adiantado em duas semanas
Partido Verde e candidato montam estratégia de manter programa eleitoral adiantado em duas semanas

Marcelo Bluma – Nós vamos resolver isso reestruturando nosso sistema sde planejamento urbano do município. Campo grande tem um sistema destruído, funcionando minimamente, por isso o problema que o Jary cita. Não temos um plano diretor eficiente, nós não temos um plano de mobilidade urbana eficiente, não temos trabalho de recuperação das vias asfaltadas, porque o asfalto, assim como as pessoas, elas envelhecem, precisa fazer trabalho de perfilhamento, enfim, o transporte coletivo é decorrente de como a cidade se estrutura. Quando faz um novo conjunto habitacional tem que colocar mais ônibus. Deixamos a cidade crescer só em empreendimentos, então tem que ter uma equipe multidisciplinar pensando em como a cidade está crescendo, não pode crescer desordenadamente. Eu diria que é a restruturação do sistema de planejamento urbano que nós vamos começar a mudar a qualidade de vida.

Marco Antônio Leite, presidente do Sindicato dos Médicos

Qual a proposta que o candidato apresenta para resolver problemas como: a falta de médicos na rede pública do município; a demora de se conseguir marcação de consultas e de exames na rede básica de saúde municipal; a falta de um planto de cargos e carreiros e salários no setor e reivindicação do pagamento do adicional de insalubridade aos servidores de saúde?

Marcelo Bluma – Duas coisas devem ser tratadas emergencialmente. Precisamos retomar o pagamento de insalubridade para os médicos, eles que trabalham na doença e não receber, é justo porque necessitam disso. O plano de cargo e remuneração dos trabalhadores da saúde como para todos os trabalhadores e servidores municipais também é fundamental, é compromisso nosso, nós assumimos fazer plano de carreira que dê tranquilidade ao trabalhador. Na nossa avaliação a falta de médico está acontecendo porque precisa de uma gerência profissional e nós vamos colocar uma gerência profissional, primeiro colocando um secretario de saúde e técnico de competência total, acima de qualquer dúvida, para que tenha um equacionamento disso. Nós temos um número muito grande de pessoas que estão afetando o problema estrutural da cidade. Por exemplo, o trânsito sufoca a Santa Casa em mais de 70%. Quando melhoramos o trânsito e a violência na cidade, com muito planejamento, nós estaremos resolvendo o problema da saúde. Porque tem epidemia de dengue na cidade e não tem na área rural? O problema é que na cidade tiramos toda a vegetação e colocamos asfalto, acabamos com a biodiversidade. O agente que ataca o mosquito e a larva nós tiramos. Uma lata de massa de tomate contamina todo o bairro. Temos que pensar na saúde de Campo Grande de forma sistêmica e entendo que se colocar obra, obra, obra não estaremos criando uma cidade saudável.

Ricardo Senna, vice-presidente do Corecon – Conselho Regional de Economia

Os negócios que têm criado valor e gerado riqueza nos últimos anos estão relacionados aos serviços, à cultura, ao meio ambiente, à inovação e ao uso intenso da tecnologia. Em razão disso, precisamos de uma nova forma de ver a educação, a qualificação para o trabalho, a saúde da população, dentre outros. Se essa tendência continuar nos próximos anos ficaremos atrasados econômica e socialmente.

Como o senhor trata do desenvolvimento de Campo Grande em seu plano de governo?

Marcelo Bluma – Nós precisamos investir em novo conceito de educação, formação de novos jovens, apostar na economia criativa, em tecnologia, lincar (sic) Campo Grande com o mundo. Também defendo em que Campo Grande a prefeitura passe a distribuir suas compras dentro do município, comprando do pequeno comerciante, do médio comerciante. É importante para que a gente tenha sustentabilidade econômica, é importante que fortaleça a economia local. Não basta ir lá cobrar imposto do prestador de serviço, também temos que lembrar disto, por exemplo, as construtoras que fazem obras em várias regiões da cidade. Elas têm que passar a comprar material na região onde estão, vai gerar muito mais empregos. Com certeza dará um impulso muito grande para a economia local.

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