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Política

Beatriz Dobashi explica desinteresse por acelerador linear em nota gravada

Zemil Rocha | 01/07/2013 21:16

Após pedir demissão, a secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, explicou o desinteresse pelo acelerador linear disponibilizado pelo Ministério da Saúde para tratamento de pacientes com câncer, em Campo Grande, como decorrência das falta de requisitos por parte do Hospital Regional (HR) e à intenção do Hospital Universitário (HU) de se descredenciar do serviço de oncologia. Não explicou, porém, as tentativas de ajudar o Hospital do Câncer Alfredo Abrão a receber o aparelho.

Em nota gravada sobre sua decisão de pedir afastamento, Beatriz Dobashi afirmou que o HR não tinha como implantar o aparelho. “Não teria como operar de imediato”, declarou ela, alegando que há exigência de “vários procedimentos complexos” para começar a operar com o acelerador linear.

Observou que havia o problema das obras no HR em execução há mais de quatro anos. Aceitar o aparelho, segundo ela, seria “prolongar esse tipo de situação”. Na área de pessoal especializado, também haveria dificuldade, embora já esteja sendo providenciado concurso para este ano. As soluções demandando um certo tempo impediriam o recebimento imediato do aparelho, na versão da secretária.

Quanto ao Hospital Universitário, conforme Beatriz Dobashi, havia intenção de descredenciamento da área de oncologia, que pretendia substituir por outros serviços, como o de Ortopedia. Depois, o HU acabou voltando atrás e se dispondo a instalar o aparelho.

Como havia decisão do HR de desenvolver o serviço de oncologia, embora necessitando de tempo para se adaptar às exigências, Beatriz aponta que haveria sete serviços especializados em funcionamento no setor público. Lembra que o HU tinha dificuldades para ficar com a oncologia, tendo optado por não receber o aparelho.

Já em relação à Santa Casa,o hospital que chegou a conduzir junto com outros membros da gestão interventora, Beatriz observou que havia dificuldade financeira crônica, com R$ 3 milhões mensais de déficit.

Mesmo assim, disse que quando a Neorad propôs o serviço o fez pela tabela do SU com desconto de 4%, a Santa Casa resolveu dirmar contrato de terceirização.. “Com isso se paga menos do que no País pela radioterapia”, destacou. “E foi para acabar com a fila de 80 dias de espera”, acrescentou.

Na gravação da interceptação telefônica da operação Sangue Frio, divulgadas hoje, Beatriz Dobashi refere-se em uma das falas que tem no papel as informações, com orientação ao então diretor do Hospital Regional, Reinaldo Queiros, com as justificativas ao Ministério da Saúde para não receber aceleradores disponibilizados aos estados.

Beatriz explica na nota gravada: “Todos que trabalham comigo sabem que gosto que tudo seja colocado no papelzinho, para comprovação", justifica.

Beatriz Dobashi explica desinteresse por acelerador linear em nota gravada
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