Bernal diz que Prefeitura não tem como dar reajuste pedido por professores
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), diz que a Prefeitura não tem condições de atender de imediato “o sonho dos professores”, que é a reposição salarial dos último dois anos, que equivale a 24,37%, referente aos reajustes do piso nacional salarial da categoria determinados pelo Ministério da Educação, de acordo com lei federal que estabelece o aumento anualmente. O sindicato diz que dificilmente vai aceitar proposta abaixo desse índice.
A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira (14), durante lançamento dos projetos da Reme (Rede Municipal de Ensino) para 2016, que prevê da formação continuada a horta sustentável nas 193 unidades escolares da Capital. Bernal ressaltou que vai anunciar um índice brevemente, que ainda é motivo de estudos de seus secretários. Vamos anunciar um aumento para todos os servidores, sem dar privilégios.
Bernal fez questão de lembrar que os professores de Campo Grande são capacitados e competentes, mas eles têm que entender a atual situação do município, pois também tem muita gente querendo ser funcionário público municipal, citando que existe mais de 19 mil inscritos para disputar as cerca de 600 vagas oferecidas no concurso público, que terá provas no próximo final de semana.
Bernal fez o quadro técnico da Reme e a própria secretária repetir o valor do salário para as pessoas que forem aprovadas para trabalharem como professores com carga horária de 20 horas semanais. Eles informaram ao prefeito que o valor é de R$ 2.546,00. “É esse ou não é o salário”, perguntou Bernal à plateia e recebeu a afirmação em coro. Para quem tem dois vínculos e tem carga horária de 40 horas semanais vai receber R$ 5.092,00, segundo a secretária de Educação, Leila Machado, valor ressaltado pelo prefeito.
Ao falar à ACP (Sindicato Campo-grandense de Profissionais de Educação Pública), citando que havia os dois representantes no auditório, a professora Zélia Aguiar, vice-presidente da entidade e o professor Gilvano Bronzoni, que foi expulso da última reunião dos representantes do sindicato na prefeitura, Bernal disse que a “Prefeitura de Campo Grande está de portas abertas para o diálogo respeitoso, para que se possa buscar o entendimento.”
Sentada bem próxima do prefeito, Zélia Aguiar questionou se poderia ir ainda hoje para conversar com ele. De pronto, Bernal respondeu que dentro de uma agenda programa vai poder conversar com os professores. Na quinta-feira, 9, conforme a vice-presidente da ACP, foi encaminhado ofício à prefeitura solicitando nova reunião com os secretários da comissão de negociação do reajuste e os representantes da categoria. “Até o momento ainda não recebemos resposta”, afirmou Zélia ao final do evento.
Ao deixar a Semed, Zélia Aguiar afirmou que dificilmente a categoria vai aceitar proposta abaixo do que preconiza a lei do piso salarial. São 13,01% relativos ao reajuste de 2015 e 11,36%, deste ano, somando 24,37% no total. “Nosso foco é o piso. Se for para fazer a luta e aceitar 10% a 11%, então rasgamos a lei e ficamos quieto na escola”, comentou ela.
Nos dias 15, 16 e 17, a ACP vai convocar os professores para acompanhar a paralisação nacional da categoria, determinada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), que tem o objetivo de garantir os direitos e o aumento do piso salarial.
A secretária Leila Machado confirmou ter recebida a solicitação de reunião com os professores na sexta-feira e acredita que ainda nesta semana aconteça uma conversa com a categoria.
No próximo dia 17, o sindicato deve fazer assembleia geral para avaliar o cenário local. Até lá, a vice presidente da ACP espera receber resposta da prefeitura sobre a reunião para apresentação de uma proposta aos professores.