Bernal se irrita com vídeo que o desmente sobre promessa a professores
Prefeito ligou para reclamar de nota que desmente peça sobre reajuste
Reclamando do vídeo de resposta da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS) sobre o reajuste dos professores, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), ligou para o presidente da entidade, Roberto Botareli, nesta quarta-feira (9). Sem dar chance para resposta, desligou o telefone na cara do dirigente.
O tom foi de reclamação e os motivos a nota e vídeo da Fetems desmentindo a divulgação da Prefeitura de Campo Grande, que diz que o piso salarial dos professores é o maior do País, afirma o presidente. Na gravação, também há trechos de discursos do prefeito sobre o cumprimento de promessas.
A federação desmente, inclusive, em vídeo de um minuto divulgado no site, bem como emissoras de televisão e rádio. “A Fetems e seus 73 sindicatos afiliados vêm a público desmentir o prefeito Alcides Bernal, que veiculou informação falsa dizendo que a Prefeitura de Campo Grande paga o piso de R$ 5.092,00”, diz.
De acordo com o dirigente da entidade, na verdade, o piso é de R$ 1.697,37 para 20 horas. “A decisão da direção foi esclarecer, não podemos deixar uma notícia que não é verdade”.
Por telefone, em poucos minutos, Bernal disse ter ficado desapontado com Botareli. “Não deixou eu falar, desligou na cara, não quis ouvir o outro lado, a nossa argumentação, mas não estou preocupado com isso, e, sim com a base”, complementa.
Segundo Botareli, a propaganda do Executivo Municipal “não condiz com a realidade”. Na peça, divulgada na semana passada, o salário médio dos professores da Capital é comparado ao pago em todo o Brasil e pela Rede Estadual. Em Campo Grande, a Prefeitura, em um trecho do informe, afirma pagar R$ 5 mil para 40 horas.
Na nota, a Fetems ainda exige o cumprimento da lei sobro piso salarial, bem como a reabertura das negociações com a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Básica), que já programou paralisação em 16 de março.
Reajuste – Os professores do município pedem o reajuste referente ao ano passado, quando o Executivo Municipal argumentou não ter condições financeiras de arcar, além do de 2016. Por sua vez, a Prefeitura condiciona o pagamento com as tratativas com o Ministério Público, sobre os convênios irregulares da Omep e Seleta.
Em outra ocasião, o prefeito disse que os contratos com as entidades somam valores altos na folha de pagamento, inviabilizando o aumento dos professores. Mesmo assim, Bernal diz não ter condições de romper os convênios de uma vez, propondo demissão de 200 pessoas.