Bernal vai manter a maior parte da equipe fiel e não deve perdoar traição
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), deve nomear a maior parte dos integrantes do primeiro escalão que o acompanhou até a cassação do mandato, ocorrida em 12 de março do ano passado. Só estão descartados os ex-secretários que caíram no grampo da Polícia Federal, na Operação Lama Asfáltica, e estariam participando da articulação para cassar o mandato de Bernal.
Bernal convocou os ex-auxiliares para reunião hoje à tarde, quando deverá definir os nomes dos novos secretários. O primeiro nome confirmado é do ex-diretor da Maternidade Cândido Mariano, Ivandro Corrêa Fonseca. A primeira medida do novo secretário, que retorna ao cargo, é acabar com a greve dos médicos.
Marqueteiro da campanha vitoriosa de Bernal em 2012, o publicitário Júlio Cabral deve reassumir o comando da Fundac (Fundação Municipal de Cultura). “Mantenho meu nome à disposição do prefeito”, destacou, ao deixar o Paço Municipal.
Outro que põe o nome para formar a equipe é o arquiteto Dirceu Peters, que foi presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação). Ele foi indicado pelo vereador Paulo Pedra (PDT), um dos principais defensores de Bernal e que é cotado para ser o líder do prefeito na Câmara Municipal. Se reassumir a Emha, Peters acha que terá muito trabalho, principalmente, para reorganizar a pasta.
Darleng Campos de Oliveira é cotada para reassumir a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegócio). “Não tem nada definido, estamos aguardando a oficialização”, destacou.
O desembargador aposentado Luiz Carlos Santini, que estaria fora do país, é outro nome que pode ser confirmado na equipe. No entanto, ele exercia a função de assessor especial do prefeito e poderia retornar ao cargo de procurador geral do Município.
O vereador José Chadid, que está sem partido, não deve voltar à Secretaria Municipal de Educação, porque o suplente é Lívio Leite (PSDB). Neste caso, o prefeito corre o risco de trocar um voto certo por um que dependerá de negociação na Câmara.
Thaís Helena (PT), que tinha assumido a Secretaria Municipal de Assistência Social para abrir vaga para o vereador Marcos Alex (PT), também pode voltar.
Um dos nomes considerados certos é de Ricardo Trefzeger Ballock na Secretaria Municipal de Administração. Ao se referir ao aliado, Bernal até rasgou elogios de que na sua gestão não houve parcelamento nem atraso no pagamento de salários.
Outro nome certo no primeiro escalão é de Ritva Cecília de Queiroz Garcia Vieira, que foi presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos). No entanto, ela pode assumir outro cargo, como a Secretaria de Governo ou a de Políticas para as Mulheres.
Indicado pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS), Aldo Eurípedes Donizete pode retomar o comando da Funsat (Fundação Social do Trabalho). Djalma Jardim deve reassumir a Superintendência de Comunicação.
Bernal deve procurar outro nome para assumir a Secretaria Municipal de Obras, que esteve sob o comando do engenheiro Semy Ferraz. Como ele foi flagrado negociando a cassação de Bernal, é considerado como “traidor” pelo prefeito e não deve retornar ao cargo. A pasta, que tem projetos na ordem de aproximadamente R$ 1 bilhão pendente, precisa de um nome de confiança de Bernal, principalmente, porque vai negociar com as empresas que estão sob investigação da Polícia Federal.
A ex-titular da pasta, Kátia Castilho, também já passou pelo Paço Municipal na manhã de hoje, Kátia Castilho, que trocou Minas Gerais por Mato Grosso do Sul a convite de Bernal em 2013 para assumir o comando da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Ela permaneceu na gestão de Gilmar Olarte (PP) como adjunta da Secretaria Municipal de Infraestrutura.
Bernal frisou, ao deixar a prefeitura, que ninguém foi nomeado. Ele adiou a apresentação do novo secretariado. Inicialmente, a apresentação ocorreria com a posse, às 12h30, mas foi adiada para à tarde. Agora, o primeiro escalão só deve ser apresentado oficialmente amanhã.