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Política

Bumlai participou de negócios superfaturados em MS, diz Delcídio

Priscilla Peres | 15/03/2016 16:30
Delação premiada do senador Delcídio foi homologada e divulgada hoje. (Foto: Agência Senado)
Delação premiada do senador Delcídio foi homologada e divulgada hoje. (Foto: Agência Senado)

O senador Delcídio do Amaral, em sua delação premiada, citou esquemas de superfaturamento mediados pelo empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai. Em um deles, o banqueiro André Esteves comprou uma fazenda do pecuarista em Corumbá, por R$ 76 milhões à vista.

Delcídio fez questão de dizer em sua delação, que Bumlai participou de diversos negócios fraudulentos e que tem uma relação muito próxima ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai está preso desde novembro do ano passado, acusado de desvios de dinheiro em operações.

Em 2012, de acordo com Delcídio, o dono do banco BTG Pactual, André Esteves, negociou a compra de uma fazenda de Bumlai localizada em Miranda, onde Lula se hospedava frequentemente. O banqueiro pagou R$ 76,2 milhões à vista pela propriedade de 110 hectares.

O detalhe, segundo Delcídio, é que a fazenda Cristo Rei foi adquirida pelo pecuarista em 2001, por R$ 4,03 milhões, o que mostra indícios de superfaturamento no negócios. De acordo com o senador, a e relação entre André e Bumlai era e amistosa.

André Esteves foi preso dentro da Operação Lava Jato, no mesmo dia que Delcídio, em novembro do ano passado, acusados de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

Reforma Agrária - Delcídio também contou que foram feitos superfaturamentos em propriedades destinadas à Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul. Sem dar detalhes, ele disse que as "incursões ilícitas de Bumlai foram relevantes" nesse setor.

No anexo 6 da delação premiada, ele citou a venda da Fazenda Itamarati, localizada em Ponta Porã, ainda no primeiro governo Lula, que levou o título de "maior projeto de assentamento do país. A venda da propriedade rural foi um dos maiores negócios fundiários do Brasil, que somou R$ 245 milhões.

Em seguida ele exemplifica o superfaturamento na fazenda São Gabriel, localizada em Corumbá. Segundo Delcídio, o hectare da propriedade avaliado na época por R$ 2.500, foi vendido ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) por R$ 4.500. "Essa aquisição gerou vários processos pelo verdadeiro absurdo praticado".

Frigoríficos - Delcídio disse que a família Bertin tem uma longa história de negócios com José Bumlai, negócios estes que incluem: usinas termelétricas, investimentos em óleo diesel no Nordeste do país, usina de açúcar e álcool São Fernando e frigoríficos.

O grupo Bertin se fundiu ao JBS em 2009, sendo responsáveis por boa parte do mercado brasileiro de carnes. De acordo com o senador, Bumlai "foi fundamental na liberação de financiamentos pelo BNDES as empresas Friboi, Marfrig, Bertin, entre outras".

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