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Política

Bumlai se considera o “trouxa perfeito do PT” e diz estar arrependido

Priscilla Peres | 13/08/2016 13:39
Pecuarista sempre foi apontado por ser amigo de Lula. (Foto: Gabriela Bilo/ Estadão)
Pecuarista sempre foi apontado por ser amigo de Lula. (Foto: Gabriela Bilo/ Estadão)

O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai apresentou ontem, sua defesa ao juiz Sérgio Moro pedindo para que volte a cumprir sua pena em liberdade. No documento de 70 páginas ele afirma que “foi o trouxa perfeito do PT” e que está arrependido de seus atos.

Segundo reportagem do Estadão publicada hoje, a defesa do pecuarista de 71 anos pede para que ele possa continuar seu tratamento de saúde em casa. Bumlai foi diagnosticado com um câncer na bexiga e tem problemas de saúde. Na quinta-feira (11), Moro determinou que ele voltasse para a prisão.

Ele foi preso em novembro de 2015, na Operação Passe Livre dentro da Lava Jato, acusado de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. Na defesa de ontem, diz que “sabe ter cometido um grave equívoco, que redundou na acusação. Tem consciência de seus atos e de muitos, se arrepende”.

“Na contramão do que tem sido comum nos processos envolvendo a Força-Tarefa da Lava-Jato, José Carlos Bumlai não é lobista, não é empreiteiro, não é político e tampouco se beneficiou de contratos milionários com o Governo Federal. Tudo o que tinha a esclarecer, foi esclarecido. Bumlai errou e arrepende-se imensamente. Afinal, cometeu falsidades documentais que possibilitaram a irrigação ilícita de recursos ao Partido dos Trabalhadores, sucedida, posteriormente e à sua total revelia, de uma compensação de favores escusa entre esta agremiação partidária e o Grupo Schahin em negociações com a Petrobrás. Mas, a César o que é de César!”, diz trecho da defesa.

Os advogados argumentam ainda que “a acusação insiste em apontar Bumlai como protagonista dos fatos”, mas o que foi comprovado é que ele “foi apenas o trouxa, o homme de paille, de que o Partido dos Trabalhadores e o Banco Schahin precisavam para simular o empréstimo de R$ 12 milhões”.

“Os meses em que esteve na cadeia somados ao tempo em que permanece enfurnado e doente em casa já foram mais que suficientes para castigá-lo pelas falsidades que praticou para tomar e quitar um empréstimo que jamais lhe beneficiou”, enfatizam os advogados.

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