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Política

Câmara derruba dois vetos e expõe fragilidade da base de Alcides Bernal

Zemil Rocha e Jéssica Benitez | 11/07/2013 15:48
Câmara rejeitou veto e Bernal terá de enviar à Câmara cópia de contrato emergencial (Foto: Cleber Gellio)
Câmara rejeitou veto e Bernal terá de enviar à Câmara cópia de contrato emergencial (Foto: Cleber Gellio)

A Câmara de Campo Grande derrubou dois vetos do prefeito Alcides Bernal (PP) nesta quinta-feira (11), numa clara demonstração de que a oposição continua amplamente majoritária e que os esforços recentes do chefe do Executivo em ampliar a base de apoio foram pouco produtivos. Os vetos tinham incidido sobre projetos de dois vereadores da oposição, Elizeu Dionízio (PSL) e Grazielle Machado (PR), sendo o primeiro derrubado por 16 votos a 11 e o segundo, da republicana, por 20 votos a 7.

Na votação mais polêmica, referente ao projeto de Elizeu que obriga o prefeito a enviar à Câmara cópia dos contratos emergenciais, houve bate-boca em plenário, com vereadores da oposição e situação trocando críticas.

Em defesa do projeto, Paulo Siufi (PMDB) disse que a matéria já havia sido aprovada pela Câmara e que “todo mundo votou sabendo no que estava votando”. Em seu pronunciamento, chegou a alfinetar o prefeito Alcides Bernal, referindo-se, genericamente, a contratos que estão sendo investigados pela CPI do Calote, presidida por ele. “O prefeito não pode votar um projeto que diz respeito à transparência, que pode até acabar com empresas fantasmas e tudo mais”, afirmou.

Também integrante da majoritária bancada oposicionista, Deley Pinheiro (PP) também condenou o veto do prefeito a um projeto que apenas assegura mais transparência. “Não esperava que prefeito vetasse um projeto como esse. Nós queremos transparência, só isso”, bradou.

Integrante da base de apoio a Bernal, embora se diga “independente”, o vereador Zeca do PT fez discurso a favor da manutenção do veto, a fim de que o projeto de Elizeu fosse definitivamente arquivado. “A Lei da Transparência já garante isso; então projeto é injustificável”, argumentou o petista.

Eduardo Romero (PT do B) rebateu a crítica de Zeca dizendo que bom seria se a Lei da Transparência fosse cumprida pela prefeitura. “Injustificável é o prefeito não deixar as contas transparentes”, contra-argumentou .

O prefeito Alcides Bernal alegou que o projeto de Elizeu Dionízio poderia gerar mais despesas para a prefeitura, sendo inviável já que só o Executivo pode propor matérias que impliquem aumento de seus gastos. Ao defendeu seu projeto, Elizeu retrucou, com uma indagação: “Quando custa uma xérox?”.

A favor desse veto de Bernal os vereadores Zeca do PT, Marcos Alex, Airton Araújo, Cazuza, Chocolate, João Rocha, Rose Modesto, Paulo Pedra, Luiza Ribeiro, Gilmar da Cruz e Alceu Bueno. Esse 11º voto pela manutenção do veto, de Alceu Bueno, causou surpresa, já que ele integra a bancada oposicionista.

Já o veto ao projeto de Grazielle Machado refere-se à proposta sobre a publicação mensal dos valores dos procedimentos referentes aos serviços de assistência à saúde dos servidores públicos municipais de Campo Grande. O veto de Bernal aconteceu bem na época em que Grazielle, como presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, anunciou o resultado de um relatório de oitiva de dois secretários municipais, concluindo que teria havido irregularidades contra aos remanejamentos de verbas orçamentárias. Bernal chegou a fazer duras críticas a ela através do Facebook, gerando muito bate-boca.

Pela manutenção desse veto ao projeto da Grazielle votaram os seguintes vereadores: Zeca do PT, Cazuza, Paulo Pedra, Gilmar da Cruz, Airton Saraiva, Alex do PT e Luiza Ribeiro. Deste apenas Airton Saraiva integra a bancada oposicionista.

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