Chaves tenta superar crise; nova base de Bernal teria 13 vereadores
O secretário municipal de Governo, Pedro Chaves, já conversou com quase todos os 29 vereadores da Câmara de Campo Grande sobre a formação de um “governo de coalizão” na gestão do prefeito Alcides Bernal (PP). Pelo menos 13 vereadores já estariam dispostos a integrar a base de apoio a Bernal na Câmara.
Essas informações foram reveladas pelos dois principais lideres do PPS no Estado, o presidente regional Athayde Nery e a vereadora Luiza Ribeiro, que estão comandando esta manhã na Câmara o XVIII Congresso Estadual do seu partido, sob o tema “Uma nova agenda para o Brasil”.
“Hoje acho que o prefeito já tem o apoio de 13 a 14 vereadores na Câmara. São vereadores que estão bem articulados com a gente; alguns já até integraram a base”, informou Luiza Ribeiro, que considera que muito importante, além de trazer novos aliados para a bancada governista, reconquistar políticos que romperam com Bernal, como os vereadores Waldeci Chocolate (PP) e Rose Modesto (PSDB).
Sondado para ser o articulador político de Bernal, o presidente do PPS, Athayde Nery, enalteceu hoje o desempenho do secretário de Governo, Pedro Chaves. “Estou impressionado com a agilidade dele, com o equilíbrio”, afirmou Nery, lembrando que antes Bernal tinha dificuldade de administrar a cidade e ao mesmo tempo fazer a articulação política do governo pessoalmente.
Num primeiro momento, após o insucesso das articulações para levá-lo à Secretaria Municipal de Governo, Athayde chegou a dizer que não tentaria mais contribuir com a construção política da gestão de Bernal. Hoje, porém, demonstrou estar participando entusiasticamente desse trabalho. “Eu e o Alex (vereador Marcos Alex, do PT) estamos dando todo apoio ao secretário Pedro Chaves”, revelou.
Segundo Athayde Nery, há grande chance de Bernal avançar bastante no relacionamento com a Câmara de Campo Grande. “Acho que no mínimo vai recuperar a base que tinha no inicio do governo, que eram 10 vereadores, e a partir daí ampliar”, apontou ele.
Ao ser questionado sobre os vereadores que estariam mais próximos de integrar a base de apoio de Bernal, Nery citou os nomes de Jamal Salem (PR), Paulo Pedra (PDT) e Edson Schimabukuro (PTB). A base de apoio ao prefeito terá 13 integrantes se esses três vereadores e os dois ex-integrantes da base que romperam com Bernal, Waldeci Chocolate e Rose Modesto, aceitarem o pedido de reconciliação, já que hoje há oito membros na bancada governista, Zeca do PT, Marcos Alex (PT), Airton Araujo (PT), Cazuza (PP), João Rocha (PSDB), Luisa Ribeiro (PPS), Carlão (PSB) e Gilmar da Cruz (PRB).
Governo de coalizão – A busca da maioria na Câmara passa pela implantação do governo de coalizão, que significa dar a outros partidos políticos e a vereadores participação na administração municipal. “Na democracia é preciso ter maioria, seja na eleição, seja no governo. Na eleição, o Alcides conseguiu a maioria dos votos ao conquistar o apoio do PPS, PT e PSDB no segundo turno. Agora tem de fazer a maioria no Legislativo. Isso é regra no Brasil, fazer esse tipo de construção política, abrir para outras forças parte do poder político. Isso é legítimo. Só não pode transigir com o interesse público”, argumentou Luiza Ribeiro.
No mesmo sentido, Athayde Nery sustentou que só haveria outro caminho, que não a formação do governo de coalizão, caso o País estivesse sob o “regime parlamentarista”, em que as crises políticas são resolvidas com a dissolução do Executivo e formação de novo governo pelo Parlamento.
“Aqui era a Câmara excluir o prefeito e aí chegamos na formação da Comissão Processante ou o prefeito conciliar com a Câmara, já que esta, constitucionalmente, não pode ser excluída”, concordou Luiza.
A crise política entre o prefeito Alcides Bernal e a Câmara de Campo Grande, na opinião de Nery, precisa ser superada. “E houve ainda a judicialização, trazendo muita instabilidade para a cidade. Tem de acabar esse sangramento interminável”, defendeu Athayde, considerando que as bases para a governabilidade estão sendo construídas por Pedro Chaves e devem ser anunciadas até a próxima quinta-feira.
Para Luiza Ribeiro, o secretário Pedro Chaves deve ter liberdade para a montagem do governo de coalizão, inclusive com promoção de mudanças na atual composição do primeiro escalão. "Se precisar tem de fazer as alterações necessárias", defendeu, apontando que a reforma político-administrativa não passa somente pela nomeação dos novos secretários da Juventude e da Mulher e do nova presidência do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande).