Chocolate é expulso do PP por ter votado pelo processo contra Bernal
O vereador Waldecy Chocolate foi expulso do Partido Progressista (PP) por ter votado a favor da instalação da Comissão Processante, no dia 15 de outubro do ano passado, que já propôs à Câmara de Campo Grande a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). O presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Partido Progressista (PP), Ulisses Duarte, confirmou que a decisão já foi tomada no final do ano passado e comunicada neste começo de janeiro de 2014 à Justiça Eleitoral.
“Foi expulso por infidelidade partidária”, informou Ulisses Duarte. Indagado se o motivo foi a votação do dia 15 de outubro, que criou a Comissão Processante, ele respondeu: “Aquilo materializou, mas teve outras votações de interesse do prefeito que ele votou contra também”.
Para Duarte, é preciso entender que o partido é uma agremiação que precisa da fidelidade de seus membros. “Se assemelha a um time de futebol. Não tem como marcar gol contra, a não ser que seja por acidente, que é culposo. Se for doloso, não tem como aceitar”, argumentou.
A Comissão Executiva Regional do PP recebeu a representação, processou e deu oportunidade de defesa a Chocolate. “O vereador fez a defesa através de advogado constituído e aí a Executiva deliberou pela expulsão”, explicou Duarte, esclarecendo que a decisão foi unânime. “Ele não integra mais o PP. Já foi até comunicado à Justiça Eleitoral no começo deste ano”, revelou.
Pedido de Cazuza - A instalação do processo ético contra Chocolate foi anunciada pelo presidente do Diretório Municipal do PP em Campo Grande, vereador Derly dos Reis, o Cazuza, no mesmo dia em que aconteceu a criação da Comissão Processante para julgar irregularidades contratuais e licitatórias que teriam sido praticadas por Bernal para favorecer empresas amigas.
Embora tenha liderado o movimento pela expulsão de Chocolate, o vereador Cazuza alegou ignorância quanto à decisão do Diretório Regional do PP, tomada no começo de dezembro. “Não estou sabendo”, afirmou ao Campo Grande News.
Com a iminência da cassação e buscando ampliar apoio na Câmara para barrá-la, Bernal, que é presidente estadual do PP, chegou a conversar com Chocolate, sem conseguir, porém, trazê-lo de volta para a bancada governista. A mágoa de Chocolate cresceu muito depois que Bernal exonerou sua esposa do Instituto Mirim.
A confirmação da expulsão de Chocolate, neste momento, vai na contramão do discurso do articulador político de Bernal, o secretário Pedro Chaves, que vinha dizendo que a intenção da atual gestão era conquistar a maioria dos vereadores para a base, inclusive do PMDB, como Paulo Siufi, que foi presidente da CPI do Calote, em cujo relatório se baseou a Comissão Processante.