Com saída de Simone, Odilon vê dificuldade em aliança com o MDB
Candidato do PDT ao governo avalia ter chances de atrair eleitores que não aceitariam substituição de candidata por Sérgio Harfouche
O candidato a governador Odilon de Oliveira (PDT) considerou “difícil” a possibilidade de contar com o MDB em seu palanque nas eleições deste ano. A aliança foi cogitada depois que a senadora emedebista Simone Tebet informou na noite de domingo (12) que desistiu da candidatura ao governo estadual. Por outro lado, Odilon admitiu interesse no eleitorado da ex-adversária e, como a assessoria pedetista já havia anunciado, em partidos que integram o arco de alianças do MDB.
Simone alegou questões pessoais para deixar o projeto político, o qual também afirmou ter assumido devido a “emoção” do momento –ela foi indicada para o posto pelo ex-governador André Puccinelli, que era tido como candidato do partido ao Executivo até o fim de julho, quando foi preso nas apurações da Operação Papiros de Lama e não conseguiu liminarmente um habeas corpus.
A senadora indicou o vice, o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (PSC), como seu substituto –algo que está em avaliação no próprio MDB e entre partidos aliados.
Para Odilon, a saída de Simone da corrida eleitoral, “muda completamente o cenário da política de Mato Grosso do Sul para este pleito de 2018, mas não muda em nada a estratégia do PDT. Ao contrário: a coligação pode ser fortalecida, pois muitos eleitores que votariam na Simone não votarão no Harfouche e isso pode impulsionar a aproximação deles com o PDT”.
Questionado, porém, se essa aproximação poderia envolver o próprio partido de Simone, Odilon foi menos otimista. “Temos ideologias completamente diferentes, MDB e PDT. Não nego (a possibilidade de aliança), mas acho difícil coligar. É mais fácil com o eleitor”, brincou.
A saída de Simone da disputa levou o PDT a adiar o ato, previsto para a sede dos cartórios eleitorais da Capital, no qual Odilon oficializaria o registro de sua candidatura –já encaminhado eletronicamente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), indicando, inclusive, o patrimônio declarado de R$ 1,59 milhão do pedetista.
Em vez disso, ele optou por uma “assinatura simbólica” no seu escritório de campanha, na rua Barão de Melgaço, Centro da Capital. Antes, estava prevista a realização do registro na quarta-feira (15). Até lá, o PDT espera atrair partidos que haviam aceitado a aliança em torno do nome de Simone e estariam descontentes com a nova mudança na candidatura.