Contra 'máquina' do governo Bolsonaro, MDB busca em MS apoio no Congresso
Após agenda com prefeito e deputados, Baleia Rossi e Simone Tebet ainda foram ao encontro do governador Reinaldo Azambuja
Presidente nacional do MDB e candidato a presidência da Câmara dos Deputados, o paulista Baleia Rossi está realizando um verdadeiro 'tour' em Campo Grande nesta terça-feira (19) em busca do apoio que acredita ser necessário para que sua candidatura prospere e vença a de Arthur Lira (PP-AL), nome chancelado pelo governo Bolsonaro.
Rossi e lideranças emedebistas de Mato Grosso do Sul, entre elas a senadora Simone Tebet, conversaram com a imprensa nesta tarde, em coletiva de imprensa realizada na sede do partido, nos altos da avenida Mato Grosso.
Ainda sem revelar quantos votos já garantiu - ele precisa de 320 -, Baleia veio à capital sul-mato-grossense e se reuniu durante o almoço com cinco dos oito deputados federais do Estado. Beto Pereira, Rose Modesto e Bia Cavassa, ambos do PSDB, estão eles. Vander Loubet (PT) e Loester Carlos, o Trutis (PSL), completam a lista.
"Prefiro que eles mesmo respondam sobre em quem vão votar para evitar que eu cometa algum equívoco", destaca o candidato ao ser questionado sobre os votos que conseguiu em solo sul-mato-grossense. "Com o Dagoberto [Nogueira, do PDT] eu conversei por telefone", completa. O pedetista já anunciou que vai votar em Baleia.
Além do almoço com parlamentares, Baleia Rossi se encontrou com o prefeito Marquinhos Trad (PSD) e, logo depois da coletiva de imprensa, foi até a governadoria para reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), onde também esperava encontrar o deputado federal Luiz Ovando (PSL) para conversar sobre projetos e candidatura.
"Já conversei com o Fabio Trad (PSD) e pedi voto, pedi apoio para o Baleia Rossi. Próximo passo agora é conversar com o irmão, Nelsinho Trad (PSD) e pedir apoio para mim na disputa pela presidência do Senado", comenta Simone Tebet, em demonstração de trabalho conjunto dentro da sigla com o maior número de prefeitos do país.
Quanto a sua eleição, Simone destaca que seu nome surgiu pela independência que tinha perante a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) à frente do Brasil. "Enfrentamos a máquina do Governo Federal nas duas casas, e eu a máquina do atual presidente do Senado [David Alcolumbre, do DEM-AP], que apoia o Rodrigo Pacheco (DEM-MG)".
Artilharia pesada - Em parte da coletiva, Rossi aproveitou questionamento de um dos repórteres para reclamar de uma 'artilharia pesada' usada pelo governo na tentativa de influenciar, além do que o MDB considera salutar, as eleições no parlamento.
"O Governo exagera ao tentar influenciar demais essas eleições para a cadeira de presidente do Senado e da Câmara Federal. Não vejo motivos para isso, para uma influência tão violenta", dispara Baleia contra os governistas.
Já em outros momentos, onde agiu mais em tom de campanha, ele pregou união entre os parlamentares, elogiou Fábio Trad, frisou que Simone - atual presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado - representa a independência daquela Casa e a democracia, apontando para uma aliança independente de ideologia partidária.
"Não somos os candidatos da oposição ao Governo Federal. Somos os candidatos do parlamento autônomo, independente. Somos os candidatos do Congresso que aprovou o aumento do auxílio emergencial para R$ 600, que aprovou o Orçamento de Guerra para dar suporte aos estados nesse período conturbado", diz o deputado.
Impeachment - Quando perguntando sobre a possibilidade de dar prosseguimento aos pedidos de impeachment de Bolsonaro na Câmara, Baleia se esquivou dizendo que analisaria todos eles - são mais de 60 hoje - sob "à luz da Constituição".
"Um processo tão sério como o impeachment de um presidente não pode ser a bandeira de campanha de nenhum pretendente ao cargo de presidente da Câmara ou do Senado", comenta, frisando que vai encarar a 'máquina do governo' com o uso da "boa política".
Ao fim do evento, Baleia Rossi ainda recebeu do deputado estadual petista e candidato a prefeito de Campo Grande em 2020, Pedro Kemp, um documento com assinaturas de várias entidades solicitando que fosse dado andamento nos pedidos de impeachment de Bolsonaro. "Estou confiante que você será o próximo presidente da Câmara", disse Kemp.
Além de Kemp, várias outras lideranças de partidos da esquerda, como o PCdoB, estiveram no encontro. Já um partido que oscila entre a centro-esquerda e a centro-direita, o Solidariedade, foi representado pelo seu presidente regional, o vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, popularmente conhecido como Papy.