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Política

Contra os 14% de desconto no salário, aposentados são recebidos por Riedel

Com faixas e megafones, grupo foi convidado para reunião com o Governador do Estado

Por Jéssica Fernandes e Fernanda Palheta | 26/06/2024 11:09
Aposentados protestaram em frente à Governadoria nesta quarta-feira (26). (Foto: Marcos Maluf)
Aposentados protestaram em frente à Governadoria nesta quarta-feira (26). (Foto: Marcos Maluf)

Em mais um protesto contra os 14% de desconto no salário, aposentados de Campo Grande levaram faixas e megafones nesta quarta-feira (26) para a Governadoria de Mato Grosso do Sul, no Parque dos Poderes. Após duas horas de mobilização, eles foram convidados para uma reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB).

A alíquota de contribuição, instituída com a reforma da previdência, tem sido motivo de dor de cabeça para a categoria, que desde 2023 realiza protestos na cidade. A principal reivindicação dos aposentados é para que haja isenção dos 14% daqueles que têm comorbidades.

Denísia Souza Ricardes, de 58 anos, é investigadora aposentada e comenta que recebia bem durante o exercício da profissão, mas com a aposentadoria a situação mudou. “Como alguém que pagou a vida toda. ainda tem que pagar mais?!”, questiona.

Meire Barbosa diz que protesto é para aposentatos não serem esquecidos. (Foto: Marcos Maluf)
Meire Barbosa diz que protesto é para aposentatos não serem esquecidos. (Foto: Marcos Maluf)

Meire Barbosa, de 64 anos, explica que o grupo procurou a Governadoria, pois em breve a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) irá entrar em recesso e que ‘aí vem a campanha eleitoral e eles serão esquecidos’.

Para ela, os 14% a menos do benefício faz falta no orçamento devido a outros descontos. “A gente já tem o desconto do imposto de renda, gastos com plano de saúde e ainda tem os 14% que pesam muito e não sobra nada”, fala.

Margareth Almeida de Deus, 62 anos, tem câncer de mama grau II e está em tratamento há três anos. Ela se sente desrespeitada porque o tempo como contribuinte não valeu de nada. “Prestamos serviços ao Estado durante três anos e agora somos tratados como lixo”, ressalta.

Em tratamento, Margareth comenta que 14% fazem falta no mês. (Foto: Marcos Maluf)
Em tratamento, Margareth comenta que 14% fazem falta no mês. (Foto: Marcos Maluf)

Como o tratamento de câncer é caro, ela diz que poderia ter mais qualidade de vida se não sofresse os descontos. Além disso, Margareth reclama do desgaste emocional que a situação traz e que isso prejudica no tratamento.

Comissão - No começo deste mês, a Comissão para Acompanhamento do Déficit da Previdência Social da Alems ficou responsável por enviar uma proposta que concede benefícios aos aposentados que têm comorbidade. A criação do recurso é mais um capítulo na reivindicação dos servidores que têm feito protestos recorrentes pedindo a isenção da alíquota de 14%.

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